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Pega Essa HQ- Quarteto Fantástico

Meu Quarteto Fantástico pesa uma tonelada

Omnibus de 1000 páginas da Panini é pra fazer nerd oitentista chorar

A história todo mundo já sabe: Lá pelos anos 60 a DC Comics bombava com sua reunião de heróis nos quadrinhos da Liga da Justiça, atropelando qualquer editora que aparecesse pela frente.

Martin Goodman, presidente de uma Marvel Comics capenga pediu para um até então pouco conhecido Stan Lee, escrever um gibi cujos protagonistas fossem um supergrupo pra bater de frente com a Distinta Concorrência.

Lee, acreditando que aquele seria o seu último trabalho como escritor de quadrinhos, achou por bem evitar tretas com a editora do Super-Homem e se diferenciar do catadão de super caras voadores. 

Não. Essa nova equipe seria formada por uma família. 

Chamou o já mestre Jack “the king”Kirby para ilustrar a HQ e não deu outra: nascia em novembro de 1961a Marvel Comics como nós conhecemos e amamos. Sim, a Marvel onipresente em todas as mídias de hoje começou com Sue, Reed, Johnny e Ben. O queridão Quarteto Fantástico!

A onda tinha virado para o lado da editora. O Quarteto tornou-se uma febre entre os leitores e a Marvel (Lee e Kirby, pra ser mais preciso) lançou na esteira do sucesso os heróis com problemas humanos que dominam a cultura pop mundial até os dias de hoje: Vingadores, X-Men, Thor, Hulk, Homem-Aranha e por aí vai…

A HQ nadou de braçada até o inicio dos anos 70, quando Kirby abandonou o barco. Depois disso, a família fantástica nunca mais recuperou o seu fôlego, tornando-se sombra do que havia sido em tempos áureos.

Isso até John Byrne assumir o título no finzinho da década de 70. Aí, meu amigo, a coisa ficou séria.

O mundo de hoje precisa saber da época em que gigantes caminhavam sobre a terra.

Não era qualquer carinha com um lápis na mão e uma idéia na cabeça que tava chegando pra botar ordem no edifício Baxter. Byrne já havia conquistado o estrelato ao lado de Chris Claremont na elogiadíssima fase em que ambos trabalharam em X-Men e produziram ao menos dois clássicos das HQs: A Saga da Fênix Negra e Dias de um Futuro Esquecido (esse último que anos depois viraria um filmeco mequetrefe e que inspirou obras como “O exterminado do Futuro”). Ainda teve tempo pra criar a Tropa Alfa, grupo situado no Canadá (terra do próprio Byrne) do qual Wolverine já foi membro. Monstrinho o cara, né?

 E agora o doido pegaria os quatro fantásticos e os arremessaria para todos os cantos do universo. Literalmente. A partir de 1977 John Byrne ilustrou e logo depois assumiu os roteiros do que é considerada a melhor época do Quarteto, ficando atrás, é claro, apenas da fase Lee/Kirby. 

Foram cinco anos singrando os confins do espaço e se aventurando na terra em um sci-fi pop de primeira, com histórias empolgantes e o traço finíssimo, mostrando o porquê do artista ser considerado um dos gigantes dos anos 70/80 e ter marcado o nome na história dos comics.

Essa fase gloriosa saiu em terras brasileiras nos anos 80 pela extinta e saudosa Superaventuras Marvel, mix em formatinho da também extinta Editora Abril. Desde então, nunca mais foi relançada por aqui, apesar dos incontáveis pedidos.

Até agora.

É muita Marvel!

E não é que a Editora Panini reuniu TODA a fase do Byrne a frente da família fundamental da Marvel num gibizaço de 1000 fuck’n páginas?! Séloko. Mil páginas de pura Marvel. É muito pesado. É muito gibi.

Como se não bastasse o deleite da arte cabulosa de Byrne deitando e rolando num calhamaço onde todas as possibilidades de um quadrinho são exploradas com maestria, não podiam faltar as participações especiais do cast bonitão da Casa das idéias. E tem muita gente fina nessa festa colorida: Homem-Aranha (ironicamente, a primeira história do Omnibus é estrelada pelo amigão da vizinhança e pela Miss Marvel, e não pelo Quarteto), Nova e os Novos Campeões, Inumanos, X-Men, Vingadores, além dos clássicos vilões Doutor Destino e Galactus (aaaahhh, vá?).

Quem também dá as caras por aqui é o Herbie, aquele robozinho tosco que substituiu o Tocha-Humana no desenho animado do Quarteto de 78. Pra quem não sabe (ou não se importa), Herbie foi criado pra substituir Johnny Storm. Dizem as más línguas que a produtora da animação acreditava que um desenho onde aparecesse um homem em chamas poderia incentivar as crianças a tacarem fogo em si próprias. E dizem também que ele seria utilizado em um filme solo, então sua presença esbarraria em questões de direitos autorais. Filme solo de membro do Quarteto? É tipo Os Trapalhões sem o Zacarias.

Pega a abertura da série animada e depois volta aqui:

Fonte: Canal comicgeek007 no youtube

Depois dessa fase, John Byrne com certeza está associado ao Quarteto, assim como Walter Simonson imortalizou-se ao lado de Thor ou Frank Miller de seu Demolidor.

Então, quem é oitentista ou simplesmente fã de uma boa HQ e curte essa época onde os quadrinhos não eram tão sombrios e sérios é um prato cheio. Histórias com ação desenfreada e muita técnica gritando de cada página. John Byrne esmerilha com sua narrativa visual além de ter um dos traços mais bonitos dos quadrinhos, levando o Quarteto Fantástico ao patamar que o grupo merece. 

Miller Guglielmo

Nada mais justo. 

Nossa família agradece.

Nota…


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