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Pega Essa Dica Vozes no parque

Livro: Vozes no Parque I Autor: Anthony Browne I Editora: Pequena Zahar

Na vida cada pessoa tem sua verdade. Os pensamentos mergulhados em sentimentos que só ela conhece….suas alegrias e dores…. sua visão do outro….seu mundo particular em relação ao outro… tudo muda na visão do outro.

Quero falar sobre o livro Vozes no Parque que narra histórias de quatro personagens. E cada uma em voz própria. Cada voz traz ao leitor uma visão individual, mas, com realidades tão diferentes.

De um lado uma mãe rica, elegante e arrogante e Carlos, seu filho tristonho e reservado. Do outro lado, um pai desempregado e preocupado com o futuro e sua alegre filha Manchinha.

O livro mostra as crianças se divertindo juntas em um breve passeio num parque, seus cachorros também fazem parte da diversão, e os adultos em seus mundos particulares. Tudo natural e simples, porém, o autor nos surpreende com uma reviravolta, permitindo ao leitor ter a visão particular de como cada personagem se percebe em seus próprios mundos….

Com seu comportamento soberbo, a mãe de Carlos planeja levar seu filho e a cachorra labrador com pedigree, chamada Leopoldina, para passear no parque. Chegando lá, solta Leopoldina e logo surge um vira-latas “imundo”, chamado Pedro, para incomodá-la. Tenta afastar o “bicho horrível”, mas que teima em incomodar.

Por um tempo, distraída e mergulhada em seus pensamentos, não percebe que Carlos não estava mais sentado ao seu lado. Desesperada, chama-o por um longo tempo, quando olha ao longe percebe Carlos conversando com uma menina.

Gritou, chamando por Carlos de forma imperativa e dura ao vê-lo conversando e brincando com aquela menina de aparência malcuidada pois não gostou nada da cena….Então, de forma doce e cordial, chamou Leopoldina, a labradora com pedigree, e os levou  em silêncio para casa….

O pai de Manchinha, preocupado por não conseguir encontrar um emprego, está sem disposição para sair, e mesmo cabisbaixo e sem esperanças, resolve sair de casa e, junto com Manchinha, pega o cachorro Pedro e vão ao parque. O pai observa a energia que o cachorro tem em comparação com a sua, mas logo volta ao seu mundo interior buscando no jornal a esperança de um novo emprego sem perceber a mulher chatonilda bem ao seu lado. Logo chega a hora de voltar para casa e o pai se sente mais feliz ao caminhar de volta. Vai batendo um delicioso papo com sua filha Manchinha que sempre teve o dom de alegrá-lo.

Carlos, o menino triste, se sente entediado com a vida que leva em sua bela casa, obedece a sua mãe que o chama para irem ao parque levar a cachorrinha Leopoldina. Chegando lá vê um cachorro muito simpático que logo se aproxima e faz amizade com Leopoldina e, assim, partem em disparada um correndo atrás do outro se divertindo muito. Assim ele também queria fazer, mas sua mãe o tinha mandado ficar sentado ao seu lado.

Quando ouve uma voz, vê que é uma menina chamando-o para brincar. Não queria brincar com meninas, mesmo assim aceitou o convite e ficou admirado como ela era boa nas brincadeiras e até a ensinou a escalar árvores. Tanto ele quanto Manchinha (nome que ele achou engraçado) estavam se divertindo muito, assim como seus cachorros, mas sua mãe os pegou conversando e ele precisou ir embora, mas já queria voltar ao parque outras vezes para quem sabe, encontrar Manchinha e continuar a brincadeira.

Manchinha é uma menina muito alegre e dona de um cachorro chamado Pedro. Ela tinha percebido que seu pai andava bem chateado ultimamente e ficou feliz quando ele a convidou para levarem junto Pedro ao parque. Mas chegando lá, Pedro foi direto brincar com um cachorro lindinho e logo ficaram amigos, mas Manchinha percebeu que a dona do cachorro lindinho não tinha gostado dessa aproximação e até mandou que Pedro saísse de perto.

Ela observou o menino no banco e achou ele bem bobão, mesmo assim o chamou para brincar. O menino parecia tímido e quase não falava, mas depois foi se soltando e ficou mais falante e se tornaram amigos.

Brincaram e se divertiram muito e estavam muito felizes. Ele até deu uma flor para ela. Mas tudo acabou quando a mãe dele o chamou e foram embora. Ela percebeu o olhar triste de Carlinhos enquanto se afastava dela.

Então ela, seu pai e Pedro logo voltaram para casa e chegando lá, foi logo colocar a florzinha na água e fazer um chá para seu pai.

Este foi o primeiro livro que li de Anthony Browne e talvez pela ilustração enriquecedora de sentimentos, me vi no mundo de cada personagem. Assim, depois de eu ler 8 outros livros, me decidi por “falar” sobre este.

Essa é uma história de ficção, mas de certa forma realista que pode acontecer com qualquer pessoa. Existem pessoas que medem e fazem distinção baseadas na aparência e nível socioeconômico, enquanto outros, em geral as crianças, conseguem se relacionar e interagir sem perceberem a diferença.

O Livro é de fácil compreensão e seus personagens conseguem identificar as diferenças e a compreensão do certo e do errado. Uma mãe e um filho de classe alta, levarem seu cachorro ao parque e conhecerem outras pessoas, de mundos diferentes, e que podem não ter o mesmo nível socioeconômico, porém podem sim se relacionarem umas com as outras se forem indiferentes às diferenças dos mundos de cada um.

Além das diferenças de vida de cada personagem, que são perceptíveis aos leitores, talvez outras não sejam tão perceptíveis, o que deixa o livro ainda MAIS, MAIS E MAIS interessante.

Browne usa chipanzés antropomórficos para retratar os personagens e já é uma característica do autor em seus livros, depois observem que há característica distintas em cada personagem o que é curioso e deixa o livro ainda mais interessante.

Os papais e mamães vão se pegar observando atentamente cada página, despertando nos pequenos leitores a curiosidade em descobrir os detalhes.

Vamos a alguns deles então:

– Observem que em cada voz, há uma grafia diferente, luzes e cores diferentes. Observem com carinho os detalhes, é prazeroso.

– Quando a mãe grita chamando pelo filho, remete à obra “O Grito” de Edvard Munch (legal para vocês falarem sobre arte e explicar o que é para os pequeninos).

– Observem a árvore pegando fogo quando ela sai do parque (expressa o quanto ela estava muito brava).

– Procurem no livro os autorretratos de Rembrandt e Monalisa chorosos (Mais arte aqui para sugerir).

– Um Papai Noel pedindo esmolas. Que diferentes mundos….

– Percebam que Rembrandt e Monalisa se transformaram em um casal dançante, papai-noel dançando balé e o poste de luz da rua agora tem formato de flor. Quando mudamos comportamentos e sentimentos tudo se transforma em nossa volta. Vocês conseguem imaginar…

Adiciono algumas imagens com detalhes e desejo que vocês façam referência quando forem ler com seus filhos.

Espero sinceramente que vocês aproveitem essa linda leitura com suas crianças. Tenho certeza de que será um momento de reflexão, ensinamento e descobertas.

Nota…

Boa leitura e caso vocês queiram que eu traga mais resenhas do mesmo autor, deixem seus comentários aqui no canal e no meu Instagram @deia_cfarias.

Ah! E para adquirir o livro, entre no site da Selecta Livros e utilize nosso Cupom de Desconto: PEGAESSA !

Tchau,Tchau!!!

Gostaria de ler mais sobre esse universo infantil? Então clique aqui e leia sobre Anna e o Balão!

8 comentários sobre “Pega Essa Dica Vozes no parque

  • Impressionante como a Déia Farais nos leva para dentro da história, a sensibilidade de nos mostrar quantas coisas uma simples ilustração pode nos ensinar.
    Incrível essa conexão entre dois mundos tão diferentes, e ao mesmo tempo nos mostra o quanto precisamos aprender com as crianças, pois no coração delas não existe diferenças sociais, religiosas ou etnias, existe sim, muita empatia pelo coleguinha.
    Parabéns Deia Farias, que venha outras resenhas.

    #Adorei

    Resposta
  • Com um grande conhecimento da obra, em uma linguagem simplesmente fantástica, a “crítica” nos remetem para o interior da narrativa, nos fazem querer participarmos da história, que apresentam um enredo muito atual e de grande repercussão nos dias atuais, onde estamos privados das nossas “liberdades” maravilhoso

    Resposta
  • Amei amei Vozes no Parque …
    Vou ler para meu pequeno.

    Obrigada Déia Farias pela resenha e dicas.

    Resposta
  • Amei amei Vozes no Parque …
    Vou ler para meu pequeno.

    Obrigada Déia Farias pela resenha e dicas.

    Resposta
  • Que sensibilidade!
    Eu ainda não havia lido esta obra, embora em casa, Linda e eu gostemos muito do autor ( O Gorila e o Túnel são os favoritos dela). Mas amei a resenha e em especial os Detalhes observados e comentados.
    Parabéns Déia! Você e fez comprar o livro!
    Quero ler mais resenhas feitas por você.
    Um beijo

    Resposta

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