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Pega Essa Dica: Presença

Steven Soderbergh, conhecido por sua habilidade em explorar diferentes gêneros, tenta se aventurar no terror sobrenatural com Presença (2025), mas o resultado está longe de ser satisfatório. O filme acompanha uma família que se muda para uma casa isolada, onde eventos paranormais começam a ocorrer, culminando em uma luta contra uma entidade invisível. Apesar da premissa promissora, o longa falha em criar uma atmosfera convincente ou trazer algo novo ao subgênero de casas assombradas. A execução desajeitada e a falta de criatividade tornam a experiência frustrante tanto para fãs de terror quanto para espectadores casuais.

Visualmente, o filme decepciona ao transformar o que deveria ser um espírito assustador em algo quase cômico. A escolha de ângulos e movimentos de câmera faz parecer que a entidade está fisicamente presente, caminhando como um humano comum e se escondendo em guarda-roupas quando detectada. Essa abordagem tira qualquer sensação de sobrenaturalidade e transforma momentos que deveriam ser tensos em cenas quase caricatas. É como se o “fantasma” estivesse segurando uma câmera na mão enquanto perseguia os personagens, subindo e descendo escadas sem qualquer impacto visual ou emocional.

Soderbergh também parece ter se inspirado em Atividade Paranormal (2007), especialmente na tentativa de capturar o terror através de câmeras fixas e cenas aparentemente espontâneas. No entanto, enquanto Atividade Paranormal conseguiu inovar com sua simplicidade e criar tensão genuína, Presença apenas destaca sua falta de originalidade e habilidade em sustentar o suspense. As cenas paranormais são previsíveis e mal executadas, deixando o público mais propenso a rir do que a sentir medo. A comparação entre os dois filmes evidencia o quão distante Presença está de algo realmente inovador ou assustador.

O roteiro também não ajuda. Os personagens são pouco desenvolvidos, tornando difícil para o público se importar com suas situações ou torcer por sua sobrevivência. Além disso, o ritmo do filme é irregular, com momentos arrastados que não contribuem para a construção do suspense. O clímax é particularmente decepcionante: ao invés de oferecer um desfecho impactante ou surpreendente, ele opta por uma resolução absurda e anticlimática que deixa mais perguntas do que respostas. Mesmo a presença de Lucy Liu, que entrega uma performance esforçada em um plano-sequência intenso, não consegue salvar o filme da mediocridade geral.

No final das contas, Presença (2025) é um exemplo frustrante de como boas ideias podem ser mal executadas no cinema. Apesar da direção de Soderbergh e do talento de Lucy Liu, o filme não consegue criar tensão ou aproveitar seu potencial narrativo. Para um projeto que prometia revitalizar o subgênero de casas assombradas, ele acaba sendo mais uma entrada esquecível no catálogo do terror moderno — um desperdício tanto para os envolvidos quanto para os espectadores.

Distribuição: Diamond Films

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