Crítica CinemafilmePega Essa DicaPega Essa NovidadeTv Pega Essa

Pega Essa Dica – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

Visualmente é lindo, mas…

O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é mais uma produção da saga. Já temos série, filmes derivados e, agora, uma animação. Acho que esse universo oferece muitas amostras, mas ainda não consegue se sustentar sozinho, apesar da animação deslumbrante.

A animação já começa com a música da Terra-média, de Howard Shore. Mesmo depois de 21 anos desde a estreia da trilogia O Senhor dos Anéis, os fãs da saga ainda sentem a mesma emoção.

A história traz Hèra, filha da monarca do Reino de Rohan. Enquanto Hèra cavalga ao pôr do sol pelas colinas fora de Edoras, em um plano aberto lindíssimo, podemos ver o castelo do filme As Duas Torres. A Guerra dos Rohirrim traz de volta a nostalgia e desencadeia milhões de emoções.

Com isso, a expectativa para o filme só aumenta — uma promessa que o resto da obra não consegue cumprir. Sugere-se que este filme pode se sustentar sozinho como uma obra épica que justifica o retorno à Terra-média, além de encher ainda mais os cofres da Warner Bros. Afinal, tudo que leva o nome O Senhor dos Anéis gera lucro.

Sob a direção de Kenji Kamiyama, que já tem experiência com animes (Star Wars, Blade Runner e Ghost in the Shell), é notória a sua habilidade em contar uma história no estilo de O Senhor dos Anéis. No entanto, o filme exige um estilo mais dinâmico do que o que é apresentado. Embora visualmente impressionante em imagens estáticas, a animação apresenta irregularidades em movimento, utilizando, aparentemente, o número mínimo de quadros para transmitir movimento e fluidez na tela. Os visuais se tornam especialmente difíceis de acompanhar durante as cenas de combate com espadas e o galopar dos cavalos mostrando o quão é difícil de animar esse estilo de sequências. O resultado é algo que funciona para ser assistido na TV, mas que não se sustenta por mais de duas horas em uma sala de cinema.

O anime, que é um filme live-action disfarçado, talvez funcionasse melhor como uma série de TV do que como longa-metragem. A história é boa, mas, diferentemente da trilogia O Senhor dos Anéis, é difícil imaginar revê-la no futuro.

A Guerra dos Rohirrim é interessante porque marca o segundo projeto em anos que tenta expandir (ou explorar) a marca O Senhor dos Anéis. Assim como The Rings of Power, da Amazon, Rohirrim parece ansioso em justificar sua própria existência.

Apesar de ser um banquete para os olhos, o filme falha em desenvolver sentimentos por trás das belas imagens.

O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é mais interessante como conceito do que como um filme completo. Sua duração coloca à prova até os fãs mais dedicados de anime. A incursão de Kenji Kamiyama no mundo da Terra-média é emocionante em alguns momentos, mas maçante em outros, com um estilo de animação irregular e um enredo que parece feito de pedaços reciclados de obras mais queridas, servindo apenas para lembrar de outras produções que você preferiria assistir.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *