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Pega Essa Dica- O Melhor Amigo

“O Melhor Amigo” chega apostando em um gênero pouco explorado no cinema brasileiro: o musical. Com um elenco repleto de novos talentos e participações especiais de nomes marcantes, o filme entrega uma narrativa leve e envolvente, mas que poderia ter aproveitado melhor seu potencial musical.

A trama acompanha Lucas (Vinicius Teixeira), um jovem inseguro que, após uma briga com seu namorado Martin (Leo Bahia), decide viajar para Canoa Quebrada. Lá, acaba reencontrando Felipe (Gabriel Fuentes), um amor do passado que desperta sentimentos confusos e bagunça ainda mais sua cabeça.


Lucas é aquele protagonista que gera empatia, mas também frustração—suas inseguranças e indecisões deixam o espectador ansioso pelas suas escolhas.

Felipe, representa o típico interesse romântico idealizado—desejado por todos e carregado de um apelo sensual. No entanto, sua atuação carece de carisma, tornando o personagem mais uma obsessão do protagonista do que alguém realmente cativante.

O grande diferencial do longa, a musicalidade, infelizmente não é tão bem explorado quanto poderia ser. Ao contrário dos musicais tradicionais, que iniciam com grandes números, O Melhor Amigo demora a inserir suas canções. Além disso, a quantidade de performances musicais é reduzida, a ponto de, em alguns momentos, o espectador até esquecer que está assistindo a um musical. Quando finalmente surge uma música, vem o pensamento “Ah, verdade, isso é um musical!”

Um ponto que causa ainda mais estranheza é a falta de aproveitamento do talento vocal do próprio elenco. Diego Montez, conhecido por sua forte carreira no teatro musical, não canta em momento algum, o que soa como uma oportunidade desperdiçada. Mais números musicais poderiam ter dado mais força à proposta do filme e enriquecido a narrativa.

No elenco de apoio, duas participações chamam a atenção: Gretchen, interpretando a si mesma, adiciona um toque divertido e inesperado, enquanto Claudia Ohana surge como uma cartomante enigmática.

A direção e roteiro ficam por conta de Allan Deberton, que faz um ótimo trabalho ao explorar as paisagens paradisíacas de Canoa Quebrada. Visualmente, o filme é impecável, trazendo uma estética tropical vibrante. Além disso, a representatividade é um dos pontos altos da obra, com um elenco diverso e abordagens sensíveis sobre bissexualidade e transexualidade, algo ainda pouco explorado no cinema nacional.

No fim, O Melhor Amigo é um filme divertido, com uma história envolvente e uma estética belíssima, mas que falha justamente naquilo que deveria ser seu grande trunfo: o musical. Com mais músicas e melhor aproveitamento do elenco, poderia ter se destacado muito mais no gênero.

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