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Pega Essa Dica: O Estranho

Em um território indígena funciona o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Milhares de passageiros o atravessam diariamente e 35.000 trabalhadores apoiam sua operação. O Estranho têm seu olhar não sobre aqueles que passam, mas sobre o que ali permanece. Seguimos personagens cujas vidas se cruzam no dia a dia do trabalho neste chão. Alê, uma funcionária de pista cuja história familiar foi sobreposta pela construção do aeroporto, nos conduz por encontros através dos tempos. As memórias e o futuro dela e de seus companheiros estão permeados por uma questão comum: rastros de um passado em um território em constante transformação.

O filme é dirigido por Flora Dias, que dentro dessa obra têm um olhar muito forte com os detalhes em especial com a fotografia, O Estranho é um filme contemplativo onde nada de fato acontece, você acompanha a vida daquelas personagens onde não têm aprofundamento em nenhuma delas, várias narrativas são jogadas ali como a vida dos funcionários do aeroporto, um romance entre as protagonistas, a possível mudança de uma delas, a nova geração sendo inserida nesse novo mundo onde muitos costumes não existem mais, as perdas dos personagens, a história daquele povo que viveu antes do aeroporto existir tudo isso foi plantando ali e nada foi desenvolvido.

A história demora muito pra de fato prender a atenção quando você acha que agora, sim, vamos entrar em um núcleo do nada surge outro e aquele nunca mais é fechado ou mencionado, ele começou a ficar mais interessante com um pouco mais de uma hora de filme quando algumas mulheres indígenas contam sobre suas crenças e que existem diferentes povos ajudando a quebrar aquele estereotipo que foi criado dos indígenas, nesse momento o filme acaba indo para um lado mais documental o que acaba ficando muito interessante porque parece que finalmente vamos ouvir a história dessas pessoas, mas no final também não temos mais que isso.

O que o projeto deixa muito claro é como esse “progresso” que foi o aeroporto tirou pessoas que viviam naquelas terras a muitos anos foram retiradas sem direito algum, e que isso segue acontecendo, naquele lugar cheio de vida e com tanta história acabou sendo concretado para a construção do aeroporto, trazendo consequências para as pessoas que viviam ali e poluindo um rio que trazia vida para aquele lugar.

Conhecer mais a história do por trás desse lugar com toda certeza teria sido mais interessante do que criar narrativas para não serem elaboradas, personagens com histórias fortes que poderiam ter mais diálogos, é uma ideia incrível e necessária para um projeto, mas não é interessante por ser absolutamente parado, no final consegue trazer um pouco do choque de realidade o que o aeroporto causou a essas matas, mas chegar até o final é cansativo, esse é um filme para um público específico.

Distribuidora: Embaúba Filmes

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