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Pega Essa Dica: Nas Terras Perdidas

“Nas Terras Perdidas” apresenta-se como uma tentativa de adaptar uma obra de George R. R. Martin para o cinema, mas acaba por revelar várias falhas que comprometem sua qualidade geral. Apesar de contar com atuações notáveis, especialmente de Dave Bautista, cuja entrega é bastante precisa, a performance de Milla Jovovich só consegue desenvolver seu potencial mais expressivamente na parte final do filme, deixando a desejar na maior parte da narrativa. Sua personagem, uma feiticeira poderosa e enigmática, sofre com uma construção que inicialmente parece superficial, mas que ganha mais profundidade apenas no desfecho, o que prejudica a imersão do espectador na história.

O filme peca gravemente em seus aspectos visuais e de produção, com efeitos especiais e cenários digitalizados que evidenciam um orçamento limitado e uma execução pouco inspirada. O uso excessivo de chroma key e CGI de baixa qualidade tornam a obra visualmente artificial, lembrando produções de baixo orçamento e comprometendo a credibilidade do universo futurista e distópico que tenta criar. Referências a clássicos como “Mad Max” e “Máquinas Mortais” são perceptíveis, mas a tentativa de construir um cenário rico e detalhado acaba sendo frustrada pela falta de recursos e pelo excesso de efeitos artificiais, que tornam tudo mais artificial do que imersivo.

Narrativamente, “Nas Terras Perdidas” apresenta uma história que se perde em seu próprio enredo, com uma narrativa fraca e confusa que não consegue sustentar o interesse do espectador. A passagem rápida de cenas, a falta de continuidade e a superficialidade dos diálogos contribuem para uma sensação de desorganização, deixando a trama presa em clichês e em uma exploração repetitiva dos poderes da protagonista. Mesmo com um grande final repleto de reviravoltas surpreendentes, o filme não consegue sustentar o ritmo e a coerência, tornando-se uma experiência mais frustrante do que envolvente.

Por fim, embora o filme tenha momentos de ação e uma estética que remete ao universo de fantasia sombria, sua execução deixa a desejar em diversos aspectos técnicos e narrativos. “Nas Terras Perdidas” é uma obra que, apesar de potencial, não consegue alcançar o impacto desejado, sendo marcada por uma produção que parece mais preocupada em impressionar visualmente do que em contar uma história consistente e bem elaborada. Assim, o filme acaba por se tornar uma experiência visualmente pobre e narrativamente inconsistente, que só se salva pelo esforço de seus atores e pelo seu desfecho inesperado.

Distribuição: Diamond Films

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