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Pega Essa Dica: Maria Callas

“Maria Callas”, dirigido por Pablo Larraín, é um retrato íntimo e comovente dos últimos dias da lendária soprano, trazendo Angelina Jolie de volta aos holofotes em uma performance magistral que certamente a coloca na corrida pelo Oscar 2025.

O filme, que se concentra nos momentos finais da vida de Callas em Paris nos anos 1970, é uma obra visualmente deslumbrante, com uma direção de arte e fotografia impecáveis que capturam a essência da época e a aura enigmática da diva da ópera. Larraín, conhecido por suas biografias não convencionais como “Jackie” e “Spencer”, mais uma vez demonstra sua habilidade em explorar as complexidades psicológicas de figuras femininas icônicas.

Angelina Jolie entrega uma atuação transformadora como Maria Callas. Sua dedicação ao papel é evidente, tendo passado por um intenso processo de preparação, incluindo aulas de canto operístico. Jolie captura com maestria a fragilidade e a força de Callas, alternando entre momentos de vulnerabilidade e de imponência que caracterizavam a cantora. A atriz consegue transmitir a angústia de uma artista lutando contra o declínio de sua voz e de sua carreira, ao mesmo tempo em que revive os momentos de glória através de flashbacks meticulosamente construídos.

O roteiro, embora por vezes se perca em desvios, oferece uma visão íntima e muitas vezes dolorosa da vida de Callas. A narrativa não linear, que mistura realidade e alucinações induzidas por medicamentos, cria uma atmosfera que reflete o estado mental fragmentado da protagonista. Este aspecto do filme, embora possa dividir opiniões e até concordo com isso, mas adiciona uma camada de complexidade à história.

Apesar de não ter conquistado o Globo de Ouro, perdendo para a surpreendente vitória de Fernanda Torres, a performance de Jolie em “Maria Callas” é indiscutivelmente uma das mais poderosas de sua carreira. A profundidade emocional e a nuance que ela traz ao papel são reminiscentes de suas melhores atuações, como em “Garota, Interrompida”, que lhe rendeu um Oscar.

A direção de Larraín, combinada com a atuação de Jolie, eleva “Maria Callas” além de uma simples biografia, o filme transforma em uma meditação sobre arte, fama e o custo pessoal da genialidade. A trama não apenas retrata a vida de Callas, mas também explora temas universais como a busca pela perfeição artística e o medo do esquecimento.

Com sua mistura de drama pessoal e grandeza operística, “Maria Callas” se destaca como um dos filmes mais marcantes do ano. A atuação de Angelina Jolie é o coração pulsante do filme, e mesmo sem a vitória no Globo de Ouro, sua indicação ao Oscar parece quase certa. Sua interpretação nuançada e emocionalmente carregada de Maria Callas não apenas reafirma seu status como uma das atrizes mais talentosas de sua geração, mas também a coloca firmemente na conversa para as maiores honras da temporada de premiações.

Maria Callas é um triunfo cinematográfico que combina uma direção visionária com uma atuação central extraordinária e claro uma fotografia belíssima podemos assim dizer. É um filme que ressoa muito além de seu tema biográfico, oferecendo uma experiência cinematográfica profundamente comovente e inesquecível. Independentemente do resultado final nas premiações, a performance de Angelina Jolie como Maria Callas permanecerá como um dos pontos altos do cinema em 2024.

Distribuição: Diamond Filmes

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