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Pega Essa Dica – Emilia Pérez

A convite do Jk Iguatemi fomos conferir Emilia Pérez (2024), dirigido por Jacques Audiard, é um musical dramático que conta a história de um poderoso chefe do narcotráfico que, em busca de redenção, decide abandonar seu império criminoso e mudar de vida, se tornando a mulher que sempre sonhou ser. Enquanto tenta construir um novo começo, Emilia (Karla Sofía Gascón) enfrenta os perigos de seu passado sombrio e os desafios de sua nova identidade. Ela conta com a ajuda de uma advogada ambiciosa e enfrenta confrontos emocionais com uma figura marcante de sua vida anterior (Selena Gomez).

Premiado em Cannes e um dos favoritos ao Oscar 2025, ‘Emilia Pérez’, do francês Jacques Audiard, é uma experiência que inicialmente enche os olhos, mas deixa o coração e a mente esperando por algo mais que não vem.

Logo nos primeiros minutos, somos apresentados a Rita Mora Castro, vivida por Zoe Saldaña. Ela é uma advogada brilhante, mas relegada às sombras de um sistema jurídico injusto e opressor. Sob o comando de um chefe vaidoso e superficial, Rita é responsável por elaborar discursos persuasivos e estratégias legais brilhantes, enquanto sua voz e identidade profissional permanecem invisíveis. Esse conflito ético é capturado com dramaticidade no início do filme, quando Rita protagoniza um número musical que a coloca no epicentro de uma rua movimentada, cercada por dançarinos que amplificam sua angústia.

As mudanças de tempo e as reviravoltas dramáticas são apresentadas com pressa, comprometendo a construção dos personagens e as nuances dos conflitos que enfrentam. Emilia, por exemplo, poderia ser uma figura profundamente introspectiva e simbólica, mas sua caracterização permanece superficial, priorizando sua função como ícone visual em detrimento de uma exploração emocional mais rica. Da mesma forma, Rita, que começa com grande promessa como uma personagem complexa, é relegada a uma função mecânica na trama.

O filme se contenta em trabalhar suas protagonistas a partir das características generalizantes: a advogada Rita é sempre uma frustrada, Jessi (Selena Gomez) é toda passionalidade, toda explosão, assim como Epifania (Adriana Paz), enquanto Emília Pérez, está limitada a ser enxergada como enigmática e, posteriormente, santa, embora a espanhola Karla Sofía Gascón se esforce na atuação nos momentos polêmicos de música do filme ela deixa muito a desejar.

Sobre os atos musicais… a maioria das músicas são literalmente um diálogo, particularmente acredito que seja um dos muitos defeitos do filme, embora visualmente bonito por serem bem coreógrafado e esteticamente atrativo os números musicais acabam sendo cansativos e surgindo do nada.

Por fim a sensação que Emília deixa é de um filme que tenta ser muitas coisas ao mesmo tempo, mas acaba falhando em todas. A tentativa de mesclar um drama de crime com um musical acaba virando uma experiência confusa e bem desagradável. As performances dos atores não conseguem salvar a narrativa fraca e inconsistente muitas vezes.

Distribuidora: Paris Filmes

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