Pega Essa Dica – Capitão América: Admirável Mundo Novo
Ainda estou tentando compreender qual é a proposta do filme Capitão América: Admirável Mundo Novo. É um bom filme? Não, está entre os piores, mas também não é totalmente ruim. A produção busca esclarecer alguns pontos deixados de lado no filme do Hulk de 2008. Resumindo, quem não assistiu ao longa de 2008 não conseguirá entender muitos personagens aqui.
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Capitão América: Admirável Mundo Novo integra a Fase Cinco do Universo Cinematográfico Marvel. A narrativa se desenvolve a partir da minissérie Falcão e o Soldado Invernal, onde o escudo agora pertence a Sam Wilson, após Steve Rogers passar o manto. Wilson enfrenta novos desafios em sua nova função, lidando com ameaças emergentes e questões políticas, além de contar com aliados inesperados.
Após o filme da era Vingadores, lançado há seis anos, com Vingadores: Ultimato, a Marvel tem se esforçado para agradar seus fãs. Nesses seis anos, várias séries e filmes geraram descontentamento no público. Não seria o momento ideal para a Marvel dar uma pausa nos filmes de super-heróis?
Algumas cenas de luta são interessantes, mas poderia haver mais delas, já que o filme se concentra em espionagem e política, apresentando um roteiro cansativo que demora a desenvolver e, quando finalmente acontece, tudo é muito apressado. Fãs da Marvel não aceitarão algo mediano.
Sob a direção de Julius Onah, conhecido por O Paradoxo Cloverfield, em parceria com quatro outros roteiristas (Julius Onah, Dalan Musson, Malcolm Spellman, Peter Glanz e Rob Edwards), é lamentável que, apesar de um time de roteiristas desse calibre, o filme apresente tantos erros, passando por diversas regravações e edições, resultando em uma obra incompleta. O filme tenta trazer a atmosfera familiar de humor e frases icônicas do Universo Cinematográfico da Marvel, mas falha de forma significativa, especialmente quando isso compromete os poucos momentos de destaque. Embora o longa seja sobre o Capitão América, não consegue se concentrar totalmente em Sam, permanecendo à sombra de Steve Rogers, interpretado por Chris Evans.
A produção se inclina fortemente para a espionagem e política, distantes dos filmes clássicos da Marvel. Nem no início do filme temos o logo da Marvel (pelo menos na cabine não estava presente), o que fez falta; parecia um filme qualquer. A atuação de Anthony Mackie está aceitável, ele não é o pior, mas também não se destaca como o melhor. Ele entrega o que se propõe e mantém o protagonismo, mesmo com alguns diálogos fracos. Ele não é o Capitão América, afinal, um capitão sem soro não existe; ele é o Falcão modificado, talvez.
Por outro lado, Harrison Ford, como presidente Thaddeus Ross e Hulk Vermelho, é provavelmente um dos maiores atrativos do filme. O arco do personagem Ross em Capitão América: Admirável Mundo Novo é de redenção, após ter caçado o Hulk por anos. Ford transmite todas as emoções de um político carismático e de um pai em busca do perdão da filha, e em alguns momentos o roteiro acerta ao fazer você questionar se ele realmente mudou. O filme acaba sendo mais sobre Ross/Hulk do que sobre o protagonista principal.
Os efeitos estão bons, apesar de alguns fundos de tela verde e efeitos visuais que podem incomodar quem se atenta a esses detalhes. Para mim, estavam normais. Apreciei muito o visual do Hulk Vermelho, interpretado pelo incrível Harrison Ford, que substituiu o falecido William Hurt no papel de Ross.
Capitão América: Admirável Mundo Novo é um filme político que não traz contribuições significativas para a Fase 5, e nem sua única cena pós-crédito tem o poder de agradar o público.
Minha nota é 4/10.
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