Pega Essa Dica- Better Man – A História de Robbie Williams
“Better Man” é um filme que merecia ser indicado em várias categorias no Oscar.
A biografia espetacular de Robbie Williams é ousada e única. Confesso que não tinha tanta expectativa com o filme até começar a assistir e ele cantar sua primeira música, que eu amo.
Nos últimos anos, não faltaram cinebiografias sobre cantores icônicos. Já assistimos a histórias boas como as de Freddie Mercury e Elton John, e algumas que deixaram a desejar, como as de Whitney Houston e Amy Winehouse.
Todos esses filmes são de alta qualidade, sim, embora, claro, alguns tenham se destacado mais que outros. No entanto, nenhum deles foi tão ousado ao colocar um macaco em CGI no papel principal.
“Better Man” se diferencia, rompendo barreiras e ideias de cinebiografias para apresentar uma narrativa inovadora e criativa sobre a ascensão de um cantor polêmico. Talvez não muito reconhecido e até confundido com o ator por ter seu nome parecido, ele tem mais de 30 anos de carreira e é um grande nome no Reino Unido.
Em 1990, ele fez parte de uma boyband (essa eu não sabia) chamada “Take That”. Embora o sucesso não tenha vindo imediatamente, logo depois o seu sucesso foi estrondoso. Robbie deixou a banda em 1995 e foi tentar seguir carreira solo, o que garantiu 18 Brit Awards, com estádios lotados, tomando seu lugar como um dos artistas musicais mais vendidos no Reino Unido.
O roteiro de Simon Gleeson, Oliver Cole e Michael Gracey é um verdadeiro mergulho nas vulnerabilidades do cantor, revelando os lados sombrios da fama e os desafios que Robbie enfrentou, principalmente com seu vício em drogas, suas inseguranças, dúvidas sobre si mesmo e a busca por um pai ausente.
A direção de Michael Gracey em “Better Man” cria um filme deslumbrante que une fantasia e realidade. As sequências musicais, especialmente “Rock DJ”, mostram como ele sabe entregar algo impecável, retratando a ascensão da banda Take That em uma performance incrível.
A escolha de ter um personagem fazendo o papel principal foi e é a melhor escolha do filme; não ter uma pessoa ali representando-o não estraga a experiência do filme, muito pelo contrário, acaba com aquelas comparações do tipo “não parece com ele”, “o ator tal ficaria melhor”.
Toda atuação do macaco capturada com movimento desde a infância até sua vida adulta resulta em uma boa narrativa. Os efeitos especiais e o CGI estão impecáveis (aprende, MARVEL). É interessante saber que em algum momento do filme Robbie dubla o chimpanzé e é feita a captura do mesmo para uma cena (vídeo está no YouTube com o making of); o resultado é uma combinação fascinante.
Um elenco incrível inclui Steve Pemberton, Peter Williams, Alison Steadman, Jake Simmance e outros. Fiquei surpreso ao descobrir que Nicole Appleton, do grupo All Saints, foi sua ex-noiva e que sua música toca no filme. Raechelle Banno, que interpreta a ex-noiva, apresenta vocais e atuação excepcionais. Os quatro membros da banda Take That não têm um desenvolvimento muito profundo, mas desempenham um bom papel.
Um filme biográfico autêntico que não oculta os momentos difíceis de Robbie Williams, apresentando-o como uma figura complexa que enfrentou seus demônios e saiu fortalecido. A narrativa ressalta a luta e, apesar dos desafios, transmite uma mensagem de sobrevivência, otimismo e vitória.
Assista ao filme sem medo; o filme entrega um ótimo visual, efeitos, som, roteiro e tudo mais. O longa é uma montanha-russa emocional, impossível não se emocionar e não chorar com algumas cenas. Aqui vai do drama à comédia, uma verdadeira obra de arte. Vale muito a experiência, afinal ele está concorrendo ao Oscar de Melhores Efeitos Visuais e merecia estar em várias outras categorias.
