Pega Essa Dica – Belo Desastre – O Casamento
Belo Desastre – O Casamento (Beautiful Wedding, 2024), longa-metragem estadunidense do gênero comédia romântica, distribuído pela Diamond Filmes, estreia, oficialmente, nos cinemas brasileiros, a partir de 16 de maio de 2024, com classificação etária 16 anos.
Protagonizado por Dylan Sprouse como Travis Maddox e Virginia Gardner como Abby Abernathy, essa sequência é uma adaptação do terceiro livro da série Belo Desastre, de Jamie McGuire, publicado em 2013, Belo Casamento.
Apesar de parecer imprescindível uma comparação, será realizada apenas a crítica da obra isolada, ou seja, apenas do filme, sem comparações com o livro. Uma vez que foram modificadas locações, situações e as características de alguns personagens. É basicamente outra história. Bem provável que, quem acompanha a saga pelos livros, se decepcionará largamente com a adaptação.
A direção ficou a cargo de Roger Kumble, conhecido por seu trabalho nos filmes, Segundas Intenções (1999), Tudo Para Ficar com Ele (2002) e Apenas Amigos (2005), além do antecessor Belo Desastre (2023). Também assina o roteiro junto com Jamie Mcguire.
Talvez por tentarem adaptar para as telonas o livro mais fino da saga, é que os erros tenham sido maiores que os acertos. O que encontramos no filme é uma narrativa de amor desarticulada que aspira a ser dramática e grandiosa, mas que, infelizmente, frequentemente falha em atingir seu objetivo, resultando em momentos desajeitados e até desconfortáveis.
Após a intensidade de Belo Desastre (2023), a sequência decepciona ao parecer perdida e sem direção. A história começa com Abby e Travis acordando casados após uma noite impulsiva em Las Vegas, e daí em diante a situação se deteriora junto com o roteiro.
Embora tente servir de ponte entre os fãs e uma conclusão para o relacionamento intenso de Travis e Abby, tudo parece artificial. A química, que era evidente no primeiro filme, parece ter se dissipado, prejudicando o envolvimento emocional da trama. As performances dos protagonistas não impressionam, pois lutam para vender uma narrativa desgastada ao público.
A performance de Libe Barer como America Mason é um ponto positivo a ser ressaltado. Sua atitude obstinada e espírito livre trazem uma energia necessária à narrativa, pena a construção da personagem não ter sido bem-sucedida, abandonando a chance de fazer de America uma personagem mais forte e independente do que Abby.
A atuação de Austin North como Shepley Maddox adiciona algum charme ao filme, mas não é suficiente para salvá-lo. Suas cenas, em contraste com o relacionamento principal, parecem mais autênticas, exibindo uma profundidade de atuação que falta nos protagonistas principais.
O fio narrativo é insatisfatório, com a primeira metade cheia de sequências desnecessárias e o todo com apenas alguns momentos significativos. O humor foi mal executado e a tensão dramática parecia fora de lugar. Os momentos que poderiam ter sido emocionalmente impactantes foram minimizados ou tratados com um sentimentalismo exagerado que beirava o trivial.
Embora a direção de Kumble tenha sido adequada no primeiro filme, nessa sequência, parece perdido em uma trama sem sentido, resultando em mais confusão do que a história que deveria estar contando. Muitos momentos importantes do livro são mal representados ou quase irreconhecíveis, uma falha horrenda em relação ao material original.
Tecnicamente, o filme é sólido, mas sem graça, apresentando cinematografia rotineira e paleta de cores comum. A música também não se destaca, especificamente como ruído de fundo sem amplificar ou aumentar o drama na tela.
Belo Desastre – O Casamento decepciona, não chegando nem perto de seu antecessor, que também já deixava a desejar. Parece mais uma continuação tardia e relutante do que um desenvolvimento natural da trama. Com exceção das ocasionais atuações sinceras do elenco de apoio, este filme é uma decepção em quase todos os aspectos: narrativa, temática e atuação. A menos que você seja um fã fervoroso, é melhor evitar este filme e preservar as memórias da saga Belo Desastre. O caos encantador do primeiro filme não se compara ao desastre desta sequência.