Pega Essa Dica – Aumenta Que É Rock´n Roll
Aumenta Que É Rock´n Roll, o longa-metragem de comédia dramática nacional, da produtora Luz Mágica, com coprodução Globo Filmes e Mistika, distribuído pela H2O Films, estreia, oficialmente, nos cinemas, a partir de 25 de abril de 2024.
A direção fica por conta de Tomás Portella, que possui uma extensa filmografia, tendo dirigido, entre outros, Qualquer Gato Vira-Lata (2011) e Isolados (2014).
O roteiro foi assinado por L.G. Bayão, conhecido pelos filmes Detetives do Prédio Azul (2016), O Shaolin do Sertão (2016), Um Suburbano Sortudo (2016), Kardec (2018), O Doutrinador (2018) e que já trabalhou com o diretor no ano de 2019, no longa 4×100 – Correndo por um sonho.
Baseado em fatos reais, o longa é uma adaptação do livro, A Onda Maldita, escrito por Luiz Antônio Mello. A adaptação para as telonas recebe uma certa licença poética, não sendo totalmente fidedigno ao material original, incluindo personagens que não existiram para trazer mais dramaticidade a narrativa.
Em uma breve síntese da sinopse, Luiz Antônio Mello (vivido por Johnny Massaro) e Samuel Wainer Filho (George Sauma), cujo apelido é Samuca, são melhores amigos e ambos estão insatisfeitos com seus empregos em um jornal. Sabendo do sonho de Luiz de ter um programa de rádio, Samuca o convence de falarem com o Superintendente (Orã Figueiredo), dono da rádio Fluminense FM em Niterói. O projeto não agrada, mas os dois amigos, com muitas doses de empolgação e inexperiência, assumem a rádio que ia mal das pernas. E a partir disso, surge “Maldita”, a primeira rádio carioca dedicada ao rock, onde o público irá acompanhar a rotina da equipe de jovens produtores, repórteres e locutores que se desdobram para manter a rádio no ar, uma vez que funciona sem patrocínio. Também haverá tempo para romance, onde Alice (Marina Provenzzano) irá se apaixonar por algo além do rock que tanto ama.
O fio condutor do roteiro apresenta alguns pontos interessantes, como a visão do que eram as rádios antigamente, no Brasil, e do amadorismo que muitas vezes as acompanhavam. Como essa geração vivenciou o fim da ditadura e o início do processo de redemocratização com as diretas já. O primeiro Rock in Rio. E a forma que muitas bandas iniciaram suas trajetórias porque a rádio apostou em seus materiais, numa época em que a divulgação ocorria por meio de fitas k7. Inclusive, em algumas cenas do filme, ouvimos a voz, os trejeitos e os visuais de determinados cantores ou bandas sem que seus nomes sejam citados, deixando implícito quem poderiam ser para o público. O longa foi totalmente gravado na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro.
A trilha sonora original de Dado Villa Lobos é contagiante e o trabalho de som é espetacular, ouve-se tudo com clareza. O som direto (a cargo de Valéria Ferro e Renato Calaça) se sobressai. O filme toca na íntegra, músicas de rock clássico de bandas nacionais, como Blitz, Barão Vermelho, Legião Urbana e os Paralamas do Sucesso.
No geral, o saldo é positivo, pois conta com excelente elenco, áudio acima da qualidade encontrada em diversas outras produções nacionais e história que nos surpreende, pegando o público de surpresa em momentos decisivos para alguns personagens. E quem gosta de rock clássico, músicas que embalaram e marcaram a época até os dias de hoje. Sinta a nostalgia!