Pega Essa Crítica – O Protetor 3
Com a variedade de filmes de ação que são lançados todos os anos pela indústria cinematográfica, é necessário selecionar quais são bons e quais são ruins. E olha que não é uma tarefa das mais fáceis, já que há uma grande quantidade de baixa qualidade estreando. É seguro afirmar que O Protetor: Capítulo Final (Antoine Fuqua) é um oásis em meio a tanto conteúdo irrelevante.
A adaptação da série de TV homônima (1985) retoma, em seu terceiro capítulo, a história de Robert McCall, um agente secreto com profundos conhecimentos em técnicas de batalha, que age como um vingador, trabalhando para proteger os indefesos e oprimidos.
Em 2014, ano do lançamento de O Protetor, a produção rapidamente se tornou um sucesso entre público e a crítica por ser um filme de ação à moda antiga. Assim, se desenhou a trajetória da franquia, que logo se transformou em uma trilogia de ação liderada por Denzel Washington no papel de um bom samaritano que faz justiça com as próprias mãos. Neste terceiro longa, Robert McCall aparece na Europa, onde encontra conforto em uma cidadezinha na Itália após ser baleado e receber ajuda de um médico que reside ali. Ele se vê obrigado a ajudar os habitantes locais contra traficantes internacionais que atuam na região.
Esta é a quinta vez que o cineasta Antoine Fuqua trabalha com Washington, em uma parceria que tem rendido frutos desde o ótimo Dia de Treinamento (2001). O resultado, em comparação as duas versões anteriores, fica distante daquele que o público esperava. Não é uma obra feita para atrair novos fãs à franquia, mas sim para aqueles que já a conhecem e a acompanham desde o primeiro filme.
Não é errado dizer que Fuqua exagerou neste novo capítulo, transformando o personagem de Denzel Washington em um matador a sangue frio, lembrando em muitas cenas, Michael Myers, o clássico vilão da franquia Halloween, matando seus inimigos com requintes de crueldade e, muitas vezes, de forma banal. O problema não é apenas a violência excessiva e desnecessária, mas também a maneira como esse elemento é inserido na trama.
A diferença em relação aos filmes anteriores, nos quais Robert McCall tinha uma motivação clara em busca de vingança, com um lado dramático sendo bem explorado, é que Fuqua aborda o drama na vida pessoal de McCall como se o personagem estivesse perdido em meio a tanta violência, como se ele tivesse saído do controle. No entanto, isso não é bem estruturado pelo roteiro e não se mostra aprofundado nem tão bem desenvolvido ao longo da narrativa.
O Protetor: Capítulo Final surge com a promessa de ser o último filme da franquia, se realmente será o último capítulo, isso é outra história. Denzel Washington é um reconhecido astro de cinema, atuando tanto em obras que disputam o Oscar quanto em longas de ação que servem apenas para agradar e divertir os espectadores. O melhor de tudo é que Denzel não se importa se os roteiros que lhe são concedidos entregam o máximo de si, pois ele encara isso como seu trabalho, e o resultado é que ele cria papéis memoráveis em produções que são puro entretenimento.