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PEGA ESSA CRÍTICA: NÃO ABRA (2023)

“You Can’t Contain Evil…”

Na quarta-feira passada (25) aconteceu a Noite do Terror da Cinemark, evento que contou com a pré-estreia exclusiva de “Não Abra”, novo terror sobrentural distribuído pela Imagem Filmes. Sendo vendido como um dos mais sinistros do ano, o trailer deixava claro que era um sobrenatural convencional e o filme concretiza isso, não é nada original.

Sam é uma adolescente indiana que vive com os pais conservadores e luta para compreender sua própria identidade e cultura. Na escola, ela era amiga de Tamira, colega que agora caminha pelos corredores, sempre carregando um pote de vidro nas mãos. Numa discussão, Sam se irrita e acaba quebrando o pote de vidro e liberta uma poderosa entidade demoníaca que se alimenta de solidão.

A direção de Bishal Dutta tem algumas boas ideias e sacadas interessantes em prol de tornar a condução da trama um processo, mas se perde na tentativa de se parecer com 90% dos sobrenaturais americanos. O enredo convence, mas não se compromete a entregar um conflito profundo, há tempo para desenvolver e ainda assim os atos tropeçam muito.

Megan Suri é muito boa em dar vida à protagonista adolescente com dilemas e problemáticas cabíveis em relação à cultura, família e escola, mas todo o desenvolvimento da jornada acaba preso somente na ideia da entidade. A ameaça de Pishacha é bem apresentada, mas não parece chegar ao seu ápice em momento algum apesar de funcionar nos sustos.

O elenco ainda é composto por Neeru Bajwa, Mohana Krishnan, Betty Gabriel, e Vik Sahay que são oks. A proposta de apresentar a presença do seu vilão de forma enigmática aumenta o suspense e curiosidade, a figura caricata conta com bons efeitos práticos. O design de produção realmente rende os grandes momentos pelo tratamento dado à suas qualidades técnicas e estéticas.

A fotografia apesar de não apresentar nenhum visual impressionante, faz um bom trabalho quando se arrisca a ir para um cenário lúdico e longa do seu batido convencional. A trilha sonora acompanha o ritmo da produção, agrada sem grandes méritos, a mixagem deve ser considerada para o fator jumpscare já que são clichês, mas assustam bem.

Portanto, Não Abra é um terror com cara e corpo de streaming, mas rende alguns bons sustos nas telonas! Cheio de inspirações, a trama acaba deixando de lado o fator cultural que é de fato o seu destaque em meio aos clichês, a história toma forma um pouco tarde e acaba quando coloca em prática as suas melhores escolhas narrativas.

Assistam e tirem suas próprias conclusões. Não Abra chega aos cinemas amanhã, no feriado de 2 de Novembro!

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