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Pega Essa Crítica do Filme PO – Cineart Filmes

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Vamos falar do longa PO  que traz o autismo para o centro do debate!

Confira a crítica da nossa Cinéfila Giovanna

Quando David Wilson (interpretado por Christopher Gorham) perde a esposa para o câncer,fica com a responsabilidade de cuidar do filho de dez anos sozinho. Patrick, que prefere ser chamado de Po é uma criança autista e que no colégio enfrenta o bullying por ser “diferente”.

Em meio a isso, por não conseguir explicar a seu filho sobre a morte da mãe, pelas dificuldades de cognição que Patrick tem, David se empenha em não perdê-lo para outro mundo (imaginário) no qual jamais poderá adentrar, pois no espectro autista é possível a regressão quando não tratada da devida forma (com o acompanhamento psicológico certo) e este regresso pode ser eterno. No trabalho, (David é engenheiro) está aparentemente encarregado de construir um novo avião com data limite para apresentar um modelo revolucionário, porém, com seu filho sendo autista, encontra-se na divisão de tarefas com uma agenda bem apertada e tendo que ir a escola resolver as discussões sobre os problemas de brigas com os colegas e não consegue conciliar todo seu tempo. Por tudo isso ele acaba por perder o emprego, perde a escola do filho, perde o plano de saúde, perde o próprio filho no parque, enfrenta problemas com o carro. A vida de David não é apenas dura, ela está completamente caótica.

Como se pode perceber, o filme tem como proposta principal a conexão emotiva com o espectador através da empatia. O que é reforçado pelas escolhas estéticas do longa- metragem: trilha sonora melancólica, com uma base feita com piano que brinda as cenas dramáticas, enquadramentos fechados nos rostos para percebermos melhor as expressões de tristeza e a paleta de cores que vão de tons pastéis aos azulados. David demonstra depressão por causa do grande sentimento de perda da esposa, que ainda reverbera dentro dele, por não ter tempo de sentir o luto (já que teve que se desdobrar entre trabalho e cuidar de seu filho).O tema do bullyng vem bem representado através da diretora da escola que não dá ouvidos ao pai, e incrimina a criança como sendo rebelde e a acusa de retroagir ao invés de conseguir se alocar na escola. Justamente como costuma acontecer nas escolas onde a vitima de bullyng é
sempre vista como a causadora da situação e um problema a ser resolvido, sanado de vez ou tapado com panos quentes pela escola. Po é um filme que não se contenta em trazer somente o debate sobre o autismo, ele precisa dizer quem está certo e quem está errado, e assim finalmente, conduzir a um final feliz (que parece demorar a chegar!).

O filme se delonga demais nas partes dramáticas e se esquece de que a vida de todo o ser humano não é feita somente de situações negativas. No momento em que o pai de Po conhece uma linda jovem e começa a se relacionar, ele consegue estragar o relacionamento com poucas palavras, pois se encontra em um nível alto de esgotamento emocional. Os traumas são tão grandes em torno dessa família que um filme que tinha tudo para ser uma
lição de vida, se torna melancólico, depressivo e isso pode aborrecer o espectador que espera que algo bom aconteça.

O final feliz tão esperado somente ocorre no fim onde tudo se resolve rapidamente (dando um ar de que já não se tem mais o que falar) então aí, nesse ponto da trama, irá começar a desatar todos os nós. A velocidade em que toda a trama é contada diverge de como ela é resolvida e isso também incomoda. Apesar de ser uma linda história de sucesso e superação, por todos os motivos apontados, pode se tornar cansativo. No final das contas, Po não passa
de um belo filme para passar na Sessão da Tarde.


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