Pega Essa Crítica do Filme – Aquaman
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Quando eu estava na faculdade aprendi nas poucas aulas de cinema que o filme começa antes do que o espectador imagina. Quando o logo da distribuidora, da produtora está na tela, a partir dali já inicia alguma forma de ambientação. Ou uma musica tema do filme ou uma marca d’água, ou uma imagem já ocupam os primeiros dizeres do filme sem a história propriamente dita ter começado. Em Aquaman não é diferente. O espectador começa a ser ambientando logo que aparece o logo da Warner, da DC que vem com uma transparência e sons que lembram água e logo em seguida os dizeres 1985 Bahia de Maine mostram onde Arthur (interpretado por Jason Momoa) nasceu. A voz do ator em off faz a narração dos primeiros instantes do filme contando como os pais de seu personagem se conheceram.
“A Vida, como o mar, tem uma forma de unir as pessoas” é o mote que leva a romântica historia entre os pais de Arthur. Atlanna (interpretada por Nicole Kidman) é encontrada ferida na bahia e salva por Tom Curry (interpretado por Temuera Morrison) que se apaixonam e tem um filho mestiço , Arthur Curry ou Aquaman como é chamado na mídia pelos humanos após o evento de Liga da Justiça. O filme passa de uma maneira bem interessante cenas da infância, adolescência e juventude de Arthur mostrando como ele aprendeu a nadar, lutar e outras habilidades. Em certo momento sua mãe precisa retornar a Atlantis e abandona o lar prometendo que irá voltar e diz que precisa proteger sua família porque Arthur é mais que um Rei, é a prova viva de que seus povos (superfície e oceano) podem coexistir. Um belíssimo nascer do sol deixa a atriz Nicole Kidman resplandecente e assim ela parte após ter uma luta (e que cenas!) Ela bravamente luta contra os soldados do Rei Atlan e mostra que este filme tem grande força feminina e empoderamento.
Vamos falar um pouco sobre Atlântida ou Atlantis como também é chamada:
Conta a história que era um grande continente e situava-se no meio do Oceano Atlântico que assim foi nomeado por conta da mitologia de Hercules. As portas mencionadas nessa história mitológica erguiam-se onde hoje está localizado o Estreito de Gibraltar fechando por completo o Mar mediterrâneo. Platão já fazia menção a existência deste continente em suas obras. Os Atlantis eram cidadãos de uma civilização super avançada e bem estruturada. Onde havia fartura e belas paisagens, conta a mitologia que daí surgiram as artes e as ciências e que prosperaram. Porém não eram o único povo a habitar a terra e haviam muitas civilizações que movidas pela cobiça, pela inveja queriam arrancar as riquezas deste reino. Atlantis eram pacíficos e não tinham domínio sobre a arte da guerra ou armas bélicas desenvolvidas. A guerra trouxe ao povo de Atlantis esses sentimentos e eles já não mais pensavam em somente conviver harmonicamente mas sim prosperar e aumentar o território de Atlântida. Assim, prepararam-se para a guerra e enquanto se perdia a inocência se crescia em orgulho. Conquistaram parte da África e parte da Europa e isso os tornou mais fortes porem também mais gananciosos. Poseidon então vendo tudo isso ocorrer invocou suas forças e outros Deuses e resolveu aplicar-lhes um castigo. Estremeceu a terra e vieram desastres naturais, o mar a sua volta inundou a grande e poderosa Atlantis que nunca mais foi vista porque submergiu para sempre.
Porque entrar na história mitológica?
Atlantis é o reino de onde veio a mãe de Arthur, Atlanna. As histórias em quadrinhos do DCU se aproveitaram dessa mitologia para criar o herói e poderoso rei de Atlantida Aquaman, conhecido na terra por seu nome de batismo, Arthur Curtis. O filme faz exatamente o que os primeiros quadrinhos contam. Traz a origem de Aquaman e conta a história de sua família, sua existência na terra e como veio ao mundo até se tornar o famoso Aquaman herói que faz parte da Liga da Justiça. Além dessa história em paralelo ocorre o momento atual onde Arthur já é conhecido como Aquaman (pós Liga da Justiça) A história de Aquaman adaptada para o cinema trata-se de um filme origens, ou seja, que retrata como tudo começou e a partir dai vamos entender o porquê Arraia o odeia tanto.
A cena em que ambos os personagens se conhecem foi feita para a mulherada ir ao delírio. Jason Momoa de maneira cliché, porém divertida, joga os cabelos para trás estando de costas, vira o rosto e diz: “permissão para subir a bordo?” Essa e outras cenas dele surgindo na praia fazem o resgate de seu personagem na série “Baywatch” que nem todo mundo lembra que ele atuou, mas que está presente no filme como referencia. De maneira triunfal Aquaman mostra para que veio. Aquaman se mostra um homem justo, porém, a justiça é uma faca de dois gumes e às vezes pode-se tomar uma decisão errada que trará consequências futuras bem sérias.
O filme é repleto de efeitos especiais principalmente nas cenas em que Mera (interpretada por Amber Heard) aparece onde ela manipula águas ou nas cenas em que juntos encontram-se em Atlantis e a Warner e DC capricham no uso da técnica de CGI que além de muitas cores vivas, neon, também os animais ficam perfeitos sem parecer algo digitalizado e lembrando filmes como Avatar. Os soldados de Atlantis lembram os legendários Stortroopers de Star Wars. Enquanto faz flashbacks na infância de Arthur surpreende no uso de efeitos especiais e nas referencias como, por exemplo, Karatê Kid. Figurinos maravilhosos dignos de príncipes e rainhas subaquáticas ou de uma grande distopia. Entendemos também no filme a relação de Aquaman com o Mestre dos oceanos e a rivalidade existente entre os dois que por sinal, Patrick Wilson (Rei Orn – Mestre dos Oceanos) e Willem Dafoe (o Vizir Vulko) estão perfeitos para o papel,
As cenas que envolvem as perseguições e disputas subaquáticas são repletas de efeitos que encantam o espectador. Um Polvo toca tambores como em A Pequena Sereia e Hotel Transilvânia Férias Monstruosas, há um grande contraste entre fogo e água que lembram os duelos entre opostos como bem e mal, ódio e amor. E regadas de referencias os planos de sequencias seguintes tem A Pequena Sereia, Moby Dick, Pinóquio e Splash Uma Sereia em Minha Vida. E por falar em referências, quando Aquaman se dá conta de seu dever como filho de Atlanna, junto com Mera começa a busca por um artefato muito importante, o especial tridente que pertenceu a seu avô, o grande Rei e nas cenas em que eles buscam a imponente arma, nos deparamos com várias cenas que remetem a filmes como Indiana Jones, A Lenda do tesouro Perdido e sagas como as de Dan Brown. Ainda mencionando outras referências temos as criaturas do Fosso, um dos reinos que o Senhor dos Oceanos quer conquistar para poder digladiar com os humanos, e estes parecem vindos do filme Alien.
Entre as coisas negativas do filme estão algumas piadas ou referencias que o filme entrega o que vai acontecer antes de mostrar a tal cena e também algumas elipses mal construídas que somente às vezes são pós-justificadas.
Mas em contrapartida as melhores cenas são as cenas de luta como mencionei acima Atlanna, mas também as cenas de Mera são excelentes também demonstrando a destreza, eficiência e excelente direção de James Wan. Bill Booth fez uma notória direção de arte e os roteiristas Will Beall e David Leslie fizeram maravilhosa adaptação da HQ original para as telonas. Também podemos citar que todo o elenco fez uma atuação excepcional. A história termina com um grande grito de esperança, com a mensagem de que Um rei luta por sua nação, um herói luta pelo mundo estabelecendo o que Aquaman representa e com cenas pós-créditos que mostram que vem novo filme por ai que dará maior espaço para o personagem Arraia, subaproveitando nesse longa-metragem que trata de origens. Mas, repleta de mensagens a história poderá agradar adultos, crianças e os aficionados do universo dos HQs. Obrigada DC por este filme que superou Mulher Maravilha e trouxe o DCU de volta ao jogo da concorrência de excelentes filmes de ação e aventura com histórias de super-heróis.
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