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Pega Essa Crítica do Filme A Casa que Jack Construiu

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A Casa que Jack Construiu merece a atenção dos amantes da filmografia de Lars Vontrier, fãs de filmes “gore” e também para quem gosta de filmes carregados de drama, intensidade e terror. Uma obra visceral que precisa ter estômago e frieza para assistir, mas que traz uma profundidade de analogias, metáforas e análises muito interessantes. Dividido em atos, como uma peça teatral, que são chamados de “incidentes “ onde o primeiro ato foi construído em formato entrevista entre Virgílio e Jack este filme retrata a alma de um psicopata que literalmente não sente nada, é apático às mortes que ele arquiteta, porém demonstra uma visão sensível de um artista que compõe retratos e imagens com os corpos de suas vitimas.


Serial killer denominado “Senhor Sofisticação” pela sociedade e pelos meios de comunicação,este se considera um engenheiro arquiteto e demonstra objetivos certeiros de como vai realizar cada morte. O estopim para que ele começasse a colocar para fora esse lado   sicopático é um encontro em uma estrada com a personagem de Uma Thurman para quem Jack dá uma carona forçada e a
leva a um mecânico que ele conhece, já que, o macaco de seu carro não funciona e ela não consegue trocar seu pneu. No caminho eles têm um diálogo pra lá de esquisito onde ela diz que esta se arriscando pegando uma carona com alguém que poderia ser um serial killer e ele, supostamente irritado com seu jeito de se expressar e com a obrigatoriedade em que se encontra de dar a carona e não ter paciência para as besteiras que ela vem falando, se vê diante de seu primeiro crime, dentro de seus 12 anos de “carreira” como matador profissional (assim ele também se auto descreve durante a trama).


O primeiro take de cena é bem interessante, acontece sem imagens, uma tela negra e os diálogos em off entre dois personagens: Virgílio e Jack. Sim, Virgílio, esse personagem já logo de cara traz a referência histórica da Divina Comédia e das obras gregas Tártaro, Campos
Elisios e Hades da mitologia, onde o espectador se perguntará o que está acontecendo nessa cena sem imagens e só terá sua resposta quando a trama faz uma grande elipse de 360 graus e retorna ao seu ponto de origem. Agora com as imagens do que está acontecendo durante a entrevista entre Jack e Virgilio, conseguimos somente no final entender toda a trajetória desse personagem que vai dos erros a tentativa de rendenção. (Talvez tudo seja alusão à personalidade do próprio Vontrier como uma espécie de autocritica)Jack na trama não consegue construir uma casa que vem tentando há anos e inclusive fracassa na construção de maquetes. Ele se frustra com isso e esse também se torna um dos estopins para começar a matar pessoas. Em termos de referencias religiosas, o oposto do céu é o inferno, e o grande arquiteto divino constrói a casa do Senhor, talvez por isso ele não consiga construir casas, já que a trama faz referencia ao inferno que um serial killer vive dentro de si mesmo.


Uma obra rica em significados e metáforas com tom sádico e irônico vale a pena assistir por toda a composição artística e não somente pela historia em si. Os efeitos de câmera e uso de cores que mesclam o ar sombrio de cores frias com tons pasteis que trazem a década de 70 embalados por uma câmera super 8 que transita em movimentos que parecem o de olhar de uma terceira pessoa que acompanha os movimentos dos personagens criando uma falta de folego para o que tem por vir. As falas de Jack pausadas trazem um ar melancólico que combina com os tons azulados e acinzentados utilizados. Raramente você verá cores fortes, somente quando o personagem cria as fotografias com os corpos das vitimas ou demonstra uma paixão que traz uma paleta solar quase como uma pin up (uma de suas vitimas) que o irrita com sua “burrice”. Ao longo da trama em todas as cenas de assassinato o estopim é sempre a falta de paciência com suas vitimas, por algum motivo ele não aguenta conviver muito tempo com as pessoas a sua volta.

Há quem diga que a trama carrega muito de seu autor, que seria uma espécie de psicodrama interno. Há quem se pergunte o que ele quis dizer com tudo isso e há quem não goste ache um trabalho de mau gosto. Mas sempre haverão fãs de Lars Von Trier e suas obras que impressionam e chocam com os temas abordados. A quantidade de simbologia utilizada leva a diversas reflexões e esse é o ponto mais marcante da trama.


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