Órion ou um quase-monólogo sobre a ansiedade
Peça tragicômica, escrita e encenada por Caio Blanco, discute a ansiedade na sociedade contemporânea.
Com apresentações lotadas em sua primeira temporada, espetáculo volta em cartaz para 6 apresentações em setembro, mês que alerta para os cuidados sobre a saúde mental.
De 7 a 22 de setembro, sábados e domingos, no Teatro Commune
Com apresentações lotadas em sua primeira temporada em São Paulo, no início do ano, Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade, com texto e atuação de Caio Blanco, volta em cartaz para 6 únicas apresentações em setembro, mês que alerta sobre a importância da saúde mental com a campanha Setembro Amarelo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em pesquisa divulgada no primeiro semestre de 2023, o Brasil é o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo
A peçatragicômica, com histórias quase autobiográficas levadas ao exagero impactante,revela abusca de um ator-ansioso por sua espontaneidade perdida. Vemos um homem sem carisma e sua psiquiatra caminhando juntos por pensamentos obsessivos, refletindo sobre temas complexos para, através de humor e de desespero ácidos, tentar responder a questões fundamentais da sociedade contemporânea: a burrice institucional, a harmonização facial e, claro, a vida secreta dos cachorros.
Durante esta jornada, a narrativa passeia por temas como o luto, a depressão, o malefício das redes-sociais para a saúde mental e a dificuldade das relações humanas em um mundo cada vez mais líquido.
Nesse sentido, o espetáculo fornece uma plataforma para que o público reflita sobre suas próprias experiências com a ansiedade, ajudando a criar uma comunidade de apoio e de solidariedade em torno do tema e permitindo que as pessoas se sintam menos sozinhas em suas lutas pessoais. “Em um mundo no qual tudo se deseja e nada parece contentar nossos anseios, a população global tornou-se refém da ansiedade e da depressão paralisantes”, reflete Caio Blanco sobre a atualidade do texto.
Com direção de André Leão, Órion alterna sonilóquios poderosos e trocas sagazes com a atriz Priscilla Olyva, que desempenha diversos papéis durante a encenação. O objetivo é misturar as linguagens do teatro, do audiovisual e do stand-up comedy. A quebra da quarta parede e a conversa franca e direta com o público também é utilizada durante a encenação. Elementos audiovisuais passeiam ao fundo enquanto a peça desenrola-se pelo palco. Escolhas não-tradicionais de uso das tecnologias de luz e de letterings vão fornecer a Órion um ar de vídeo que poderia estar presente em redes-sociais – artefato metalinguístico utilizado justamente como crítica à liquidez das mídias, que faz aumentar a ansiedade.
A quebra da fé cênica durante a interpretação do ator deixa a plateia em dúvida sobre o que é real e o que é teatro, sobre o que é espontâneo e sobre o que foi ensaiado. Aqui, mais uma crítica é emoldurada: qual parte de nós, em um mundo de aparências, é verdadeira ou apenas fingimento?
Órion é, talvez, uma das constelações mais populares no mundo todo. Por estar repleta de estrelas brilhantes pode servir como guia, assim como a peça pode ser um caminho importante para que muitos que sofrem de ansiedade ou outros transtornos possam encontrar uma saída ao verem que não estão sozinhas. “Mais uma vez, não devemos subestimar o poder sensibilizador da arte”, conclui Caio Blanco sobre o projeto.
Sinopse:
Um homem sem carisma e sua psiquiatra caminham juntos por pensamentos obsessivos e pelos labirintos da ansiedade patológica para, através de humor e de desespero ácidos, tentar responder a questões fundamentais da sociedade contemporânea: burrice institucional, harmonização facial e, claro, a vida secreta dos cachorros.
Serviço
Órion – ou um quase-monólogo sobre a ansiedade
Texto: Caio Blanco
Direção Artística Geral: André Leão
Co-direção, direção de movimento e preparação corporal: Hanna Perez
Elenco: Caio Blanco e Priscilla Olyva
Figurino: Cy Teixeira
Iluminação: Éder Pires
Música e trilha sonora: João Sposaro
Gênero: Tragicomédia
Recomendação: 14 anos
Duração: 80 minutos
Datas: 7,8, 14, 15, 21, 22 de setembro, sábados às 20h, e domingos, às 19h30
Ingressos: R$ 60 inteira / R$ 30 meia
Online: https://www.sympla.com.br/evento/orion-ou-um-quase-monologo-sobre-a-ansiedade/2585037
Teatro Commune | 100 lugares
Rua da Consolação, 1218
Tel: 3476.0792
Metrô Higienópolis Mackenzie. Ar-condicionado, cafeteria, acessibilidade, estacionamento ao lado.
Caio Blanco é ator, roteirista, escritor publicado e advogado formado pela Universidade de São Paulo em 2012 com especialização em Marketing pela Universidade de Leeds, no Reino Unido, em 2013. Concluiu em 2022 o Professional Acting for Film and TV na T. Schreiber Acting Studio, em Nova Iorque.
Possui mais de 15 anos de experiência nos palcos paulistanos, tendo passado por importantes grupos de teatro como “Teatro do Incêncio”, sob a direção de Marcelo Marcus Fonseca; o “Núcleo de Artes Cênicas”, de Lee Taylor; Cia de Teatro “Os Satyros”, sob a direção de Ivam Cabral e Rodolfo Vazquez.
No cinema, estreou os curtas “As Piadas Infames de Aníbal”, de Cadu Machado – que percorreu diversos festivais de cinema nacionais e internacionais, incluindo o New York Denouement Film Festival – e o curta “Ouija”, de Marcelo Galvão, ganhador de diversos prêmios, incluindo melhor roteiro e melhor direção no Prêmio SESI de curta-metragem.
Em 2019, estreou o quadro “Deu Blanco” no programa “Papo de Segunda”, ao lado de Fábio Porchat, João Vicente, Emicida e Chico Bosco. Desde 2018, possui um canal no Instagram e no Youtube abordando temas políticos e sociológicos sob o prisma da arte e do humor, reunindo uma base de cerca de 70.000 seguidores.
André Leão é Diretor e Montador Cinematográfico – DRT: 09140/SP com formação em Comunicação Social – Jornalismo pela PUC-Campinas e em Cinema pela NYFA-Nova York e AIC – São Paulo. Tem em seu currículo o curta-metragem Cinemaginação (2018), ganhador do primeiro Festival de curtas de Jundiaí por júri e público, e o curta-metragem A Provação (2020), finalista brasileiro no concurso latinoamericano Faciuni Becas.
Em 2021 fundou a Vienna Filmes, onde dirigiu e montou a versão audiovisual do espetáculo musical brasileiro Bom Dia sem Companhia (2021), de Vitor Rocha e atualmente também produz a série documental Lar e o documentário Fonemol como fim e como meio, em parceria com Sesc-Sp. No exterior, atuou na equipe de câmera e pré-produção do longa-metragem internacional Bloat, gravado em Nova York (2022).