O Deus de Spinoza circula por teatros da cidade
“Spinoza balançou o mundo e o pensamento moderno.
A montagem aborda o tema e os personagens com humanidade, considerando seus erros e acertos e principalmente com as suas convicções…”
Luiz Amorim Diretor
Bruno Perillo no papel de Spinoza. Link para fotos de Ronaldo Gutierrez
Sucesso de crítica e público, O DEUS DE SPINOZA volta a São Paulo após temporadas de sucesso na Capital desde 2022 e turnê pelo interior do estado.
O espetáculoresgata o pensamento do filósofo holandês Baruch de Spinoza, condenado no século XVII por sua reflexão sobre a relação do ser humano com Deus e com a Natureza, contestando dogmas da religião judaica da época. Renegado por séculos, seu pensamento foi resgatado e hoje é motivo de estudos no mundo inteiro.
O texto é assinado pelo jurista e desembargador Régis de Oliveira, que há anos se dedica ao estudo de filosofia. Em sua estreia como dramaturgo ele faz um recorte da vida de Spinoza, desde sua condenação em 1656 (o Herem) até a sua morte em 1677. “Através do pensamento do filósofo, podemos reconhecer muitos comportamentos de nossa sociedade atual, com suas superstições, crenças ou mistérios. E podemos notar como os donos do poder sabem manipular as multidões através do medo e da imposição do sistema”, conta Régis.
Luiz Amorim, David Kullock e Roberto Borenstein. Os Rabinos.
Vivemos atualmente num mundo conturbado com emoções descontroladas. A filosofia do filósofo judeu mais controverso que já existiu nos traz uma luz nestes tempos, com reflexão, entendimento e clareza. Sua ampla e densa obra trata dos afetos, do direito natural, e da essência humana.
A Holanda fervilhava culturalmente, no chamado Século de Ouro dos Países Baixos. com ilustres presenças, como Rembrandt e Vermeer que despontavam na pintura, entre outros artistas. Grócio, um dos pais do direito público, também escolheu a Holanda como pátria espiritual.
“Nossa montagem busca trazer o pensamento de Spinoza ao público em geral, de forma profunda mas acessível, para que afete a plateia conforme ao teoria do filósofo. Estas são as afecções”, fala o diretor e ator Luiz Amorim que integra o elenco ao lado de Bruno Perillo, Juliano Dip, David Kullock e Roberto Borenstein. Os figurinos são de João Pimenta, a iluminação de Cesar Pivetti e os cenários de Evas Carreteiro.
A peça é pontuada por músicas sefarditas do século XVII, executadas ao vivo pelos músicos Margot Lohn, Lucas Biscaro, Gabriel Ferrara e Marcus Veríssimo, que assina a direção musical. Contamos ainda com a participação especial de Laura Visconti, indicada ao Prêmio Bibi Ferreira 2024 pela direção musical do sucesso Beetlejuice.
Sinopse
A peça mostra a comunidade judaica incomodada com o pensamento do jovem judeu Baruch de Spinoza. Filho de imigrantes portugueses acolhidos em Amsterdã, ele afronta a ordem vigente, os costumes e preceitos de sua religião. Na tentativa de convencê-lo a ser um bom cidadão, os membros do Conselho de Rabinos Notáveis apresentam formas de conversão. Se Spinoza não aceitar, poderá ser julgado, condenado e exilado. Ele expõe todo o seu pensamento a seu amigo, Jan Rieuwertsz, editor de livros, com quem pode desabafar e contar de seus planos futuros. Um convite à reflexão e à liberdade de pensamento. O espetáculo é pontuado por músicas sefarditas do século XVII, em língua ladina, executadas ao vivo.
Serviço:
O DEUS DE SPINOZA
Texto: Régis de Oliveira
Direção e Adaptação: Luiz Amorim
Direção Musical: Marcus Veríssimo
Elenco: Bruno Perillo, Juliano Dip, David Kullock, Luiz Amorim e Roberto Borenstein (Wagner Vaz, stand-in)
Contra-regras: Magnus Oldilon
Músicos/Musicistas: Margot Lohn, Laura Visconti, Marcus Veríssimo, Gabriel Ferrara, Erick Chica e Lucas Biscaro
Produção executiva: Rogério Nagai / Nagai Producoes
Assistência de produção: Mirtes Ladeira
Duração: 75 minutos.
Classificação: 12 anos.
Todas as apresentações são gratuitas e os ingressos deverão ser retirados com 1 hora de antecedência do início espetáculo.
Instagram: @odeusdespinoza
Sobre a equipe
“O objetivo foi trazer este texto, que é tão profundo e intenso, de uma forma verdadeira, com seus personagens defendendo o que acreditam. A peça é dinâmica, ágil e perspicaz. Para contar esta história estamos cercados de grandes talentos. Uma equipe dedicada, atores e músicos gabaritados, conhecedores do que tratam na peça, como a religião judaica, músicas e tradições do século XVII, e a filosofia de Baruch de Spinoza. Nosso espetáculo já foi visto e referendado por autoridades no assunto, como a filósofa Marilena Chauí, reitores e catedráticos de universidades, o filósofo Clóvis de Barros, Rabinos e Historiadores judeus, entre tantas outras autoridades no assunto. Os figurinos são de João Pimenta, um dos maiores nomes da moda brasileira, que se destaca por seu estudo sobre os costumes históricos e o investimento em sustentabilidade e na economia circular”, diz o diretor Luiz Amorim.
Juliano Dip, ator e jornalista- repórter do Jornal da Band, apresentador do podcast #todagente e ex-CQC-, já atuou ao lado de Paulo Goulart Filho, Jairo Mattos, Maria Eugênia de Domênico, Kiko Jaess, entre outros.
Cesar Pivetti é um iluminador sensível ao teatro de palavra, e que busca sempre valorizar o pensamento nas encenações. A direção musical de Marcus Veríssimo pontua e ilustra o espetáculo, e transporta o público em uma viagem pelo pensamento spinoziano. Para a trilha, que é executada ao vivo, contamos também com a pesquisa, composições e arranjos dos talentosíssimos Gabriel Ferrara e Margot Lohn, ela que é especialista em música ladina e tradições sefarditas”.
Evas Carretero tem se destacado como cenógrafo, além de multiartista que é. Seus mais recentes trabalhos são com a Cia da Revista e com o projeto Take Único”. E Luiz Amorim, além de ator, dublador e locutor, é gestor cultural, e traz ao projeto toda a sua experiência artística. A direção é dinâmica, arrojada e valoriza as intenções e a interpretação dos atores.
Diz o diretor Luiz Amorim: “Buscamos trazer o pensamento de Spinoza para o momento em que vivemos e suas contradições. É como se Baruch Spinoza questionasse as pessoas que estão vendo o espetáculo, que somos todos nós que estamos na plateia. Somos testemunhas da elaboração de seus pensamentos. Presenciamos o filósofo nos momentos em que ele prepara o seu livro “Ética”. O espetáculo traz uma reflexão sobre a ética e sobre nossos comportamentos”.
Segundo Maurício Marsola, Professor de Filosofia na Universidade Federal de São Paulo, “…o ser humano é um modo da substância que possui uma faculdade capaz de conhecimento do mundo, a razão e as paixões, forças em nós que devem ser conhecidas e diante das quais é preciso ter serenidade”. Diz ainda o professor da Unifesp: “É preciso, portanto, segundo uma famosa afirmação de Spinoza, ‘não rir ou chorar, alegrar-se ou entristecer-se, mas entender”.
Régis de Oliveira que além de desembargador renomado, é uma pessoa pública de notório saber, ex-deputado – já foi até prefeito da cidade de São Paulo – é também romancista e autor de vários livros. Dedicado ao estudo da Filosofia, ele agora se engendra pelo mundo da dramaturgia, trazendo-nos este texto sobre a vida de Spinoza. “Eu sempre me dediquei ao pensamento e à reflexão. E já há anos tenho professores particulares ou consultores, especialmente para a Filosofia. Para escrever esta obra, contei muito com a assessoria do Professor Maurício Marsola, que me conduziu na interpretação de Spinoza”, diz nosso autor. E segue: “Também tive assessoria para o estudo da filosofia e da doutrina judaica, tão importantes para entender a condenação de Spinoza, contextualizá-la e também para contar essa história. Spinoza é um dos mais notáveis filósofos de todos os tempos. Essa peça não é um estudo biográfico nem de análise de sua obra. Trata-se de localizar o autor em seu tempo, imaginar os confrontos que teve por força de sua crença religiosa em face de outra”.
Sobre a encenação, por Luiz Amorim
É necessário no nosso tempo voltarmos os olhos ao pensamento de Baruch Spinoza. Nesta peça buscamos trazer à cena um embate ousado, que são os questionamentos apresentados pelo filósofo, e a sua condenação. Tudo o que isso provoca, no século XVII, reflete diretamente ainda nos dias de hoje. O texto traz à cena a história do filósofo, sua condenação, mas também a essência do seu pensamento. Buscando a agilidade para os diálogos, a movimentação dinâmica nas cenas e muita musicalidade. A valorização do texto traz à luz o brilhante pensamento deste que foi considerado profano, herege e traidor, e hoje é considerado um dos mais importantes filósofos da história.
As cenas foram separadas de modo que a ação decorrente do fato (a condenação) trouxesse questionamentos para os próprios personagens.
A narração surgiu do processo da encenação, dividindo o personagem do amigo e editor de Spinoza (Jan Rieuwertsz) e trazendo-o como narrador. Ele também é o elo do tempo. Aquele que nos diz que Spinoza não morreu porque seu pensamento vivo incomoda até os dias de hoje.
O corpo, o gesto, o olhar. Estes são os instrumentos usados cenicamente. Tudo nos atores conduz para o pensamento de Baruch, suas indagações, suas reflexões, sua indignação com o que que já está dito. A estes se juntam os instrumentos musicais (violão, guitarra, baixo, violino, sopro e vozes) que tratam o espetáculo como uma oração que tem uma partitura definida.
FICHA TÉCNICA
Texto: Régis de Oliveira
Direção e Adaptação: Luiz Amorim
Direção Musical: Marcus Veríssimo
Elenco: Bruno Perillo, Juliano Dip, David Kullock, Luiz Amorim, Roberto Borenstein, Wagner Vaz
Músicos/Musicistas: Margot Lohn, Laura Visconti, Marcus Veríssimo, Gabriel Ferrara, Erick Chica e Lucas Biscaro
Contra-regragem: Magnus Odilon
Técnico e operador de luz: Venício Alvarenga Jr.
Desenho de Luz: César Pivetti
Figurinos: João Pimenta
Cenografia: Evas Carretero
Visagismo: Beto Franca
Produção executiva: Rogério Nagai / Nagai Producoes
Assistência de Produção: Mirtes Ladeira