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Expoflora – Mostra de paisagismo e decoração traz ideias inovadoras calcadas na sustentabilidade

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Nos 19 ambientes criados por paisagistas, arquitetos, decoradores e designers de interiores, há sugestão para o uso de plantas e flores nos mais diferentes ambientes de uma residência. A Mostra é uma das atrações da Expoflora, que será realizada de 24 de agosto a 23 de setembro, de sexta a domingo, das 9h às 19h, em Holambra, interior de São Paulo.

Sugestões sustentáveis e ideias de decoração reutilizando materiais estão presentes em praticamente todos os 19 ambientes da Mostra de paisagismo e decoração da Expoflora nesta edição de 2018, coordenada pela arquiteta Karina Taccola. A Expoflora acontece em Holambra, a 140 km de São Paulo. O evento começa no dia 24 de agosto e vai até 23 de setembro, de sexta a domingo, das 9h às 19h. 

Tambores são usados não apenas para o plantio de flores, mas como sofá, porta-garrafas, porta-lenha e luminárias. A madeira de demolição e as cruzetas são utilizadas em móveis, decks, pergolados e pisos. Objetos antigos e de família integram harmoniosamente a decoração. Plantas de baixa manutenção, que exigem pouca rega, têm a preferência dos paisagistas em época de tempo seco.

                     

“Do it yourself” ou “Faça você mesmo” já é tendência na decoração. Tudo para aproximar as pessoas da natureza e incentivá-las a levar mais flores e plantas para os ambientes de suas residências, aumentando os momentos de relaxamento, de contemplação e estimulando o convívio com familiares e amigos.

Sobre os ambientes

Ambiente 1 – Quintal do Jardinista – Paula Britto (paisagista)

Inspirado nos jardins ingleses, caracterizados pela mistura aleatória, sem forma definida, de frutíferas, plantas, flores, hortaliças e PANCs (plantas alimentícias não convencionais), esse ambiente resgata a essência da jardinagem familiar. Com muita liberdade, as espécies são dispostas no piso, em estantes, em aparadores e em suportes no muro. Dálias, begônias de folhas, cineraria, ervas, hortaliças, roseiras e miniamor-perfeito foram escolhidos pela intensidade de cores e por não exigirem muito cuidado. No pomar, há vasos com jabuticaba, amora e romã. Tons de verde, vermelho queimado e amarelo predominam entre as espécies. Logo na entrada, a miniestufa móvel com horta de temperos e aromáticas foi colocada bem em frente à GreenHouse, uma pequena estrutura de suporte a jardinagem. Com design compacto e construída em metalon, material barato e fácil de usar, a GreenHouse traz um aparador que pode ser usado para o cuidado de plantas em vasos e em hobbies “verdes”, como na montagem de terrários e ikebanas. Por toda parte a criatividade e o baixo custo são estímulos à reciclagem de elementos garimpados de ferros-velhos e construções. Antigos carretéis de cordas viram luminárias no piso e, nas paredes, pequenos baldes velhos com luzes viram arandelas. O piso mescla tijolos, grama, pedriscos e cruzetas, formando caminhos ou separando os ambientes. Para compor os quadros da parede foram aproveitados antigos moedores de café. Tambores velhos são reaproveitados como canteiros para a horta, transformados em casinha de cachorro na GreenHouse e em adornos nas paredes. Um pequeno estar e a mesa com bancos servem para o convívio social e familiar, tanto para um chá, um café ou refeições no jardim. O espaço ainda tem comedor para passarinhos, jarro servindo de fonte para formar um laguinho e até um cãozinho buscando ossos sob a terra.

                      
 Ambiente 2 – Piscina e Lago Natural –Rogerio Bernardes (laguista e paisagista), Gustaaf Winters (biólogo paisagista)  e Martina Winters

Para homenagear os 70 anos da imigração holandesa, a ideia foi recriar um recanto de recursos hídricos inspirado nas doces lembranças da antiga Holambra. Bateu a saudade das represinhas e lagoas da então Fazenda Ribeirão que, entre as décadas de 1960 e início de 1980, foram opções de lazer da cidade.  O lago ornamental tem estilo tropical. O paisagismo traz palmeiras, zamioculcas, clusias e filodendros. Entre as flores, celósias vermelhas e amarelas, cíclames brancos e calibrachoas, uma nova variedade, parente das petúnias. Destaque para a piscina natural, ou biopiscina, um lançamento com valor bem acessível ao mercado. Feita de alvenaria, tem borda infinita, permitindo o transbordo da água para as pedras Corumbá e Goiás e para as placas cimentícias que aparecem como três opções de acabamento. Em vez do uso de produtos químicos, a limpeza e filtragem são realizadas por peixes e plantas – lacustres e aquáticas – como salvinia, aguapé, imbé preto, bromélia imperial e alface d’água.  Todos os cuidados estéticos e funcionais tornam o lago e a biopiscina um ecossistema fechado e sustentável.

Nesse jardim que integra com plantas e flores o paisagismo aquático e terrestre, foi plantada grama São Carlos como um tapete natural ideal para caminhadas descalças. Nessa cromia vegetal que oferece harmonia, emoção e bem-estar foi instalado um “estar/home office”, cuja parede com geotinta na base – terra e cal – serviu de tela para as ilustrações em homenagem aos imigrantes feitas pelo artista Eduardo Darcie. A holandesa do desenho interage com típica bicicleta com a cesta com tulipas. Madeira de cruzetas foram utilizadas no deck, no pergolado e no mobiliário.

O ambiente 03 traz o exemplo de um lago.

Ambiente 04 – Quintal Orgânico Sensorial, Bruna Zechinato (arquiteta e urbanista) e Pedro Galli (paisagista)

A proposta é mostrar diferentes possibilidades para um belo jardim com pouca manutenção, elaborado a partir de materiais acessíveis. A total permeabilidade do piso é uma das características mais marcantes do espaço, que também demonstra atenção à sustentabilidade e preservação dos recursos naturais com uso de cascas de pinus de reflorestamento, vasos cerâmicos fabricados a partir do barro e madeiras de demolições, dormentes de linha férrea e cruzetas de poste de energia. Os dormentes são utilizados no painel das três quedas d´água e no caminho que leva até elas. A rusticidade dos móveis – cadeiras de balanço, mesa, bancos e cadeiras – ganha um toque de leveza com as cores alegres usadas nos acessórios, como toalhas, mantas e almofadas. O fogo de chão é feito com tijolos. O verde-escuro dos podocarpus que formam as cercas-vivas e a grama preta, plantas escolhidas pela praticidade, combinam com o vermelho do antúrio, o colorido das marantas e dracenas. Foram plantadas cerca de 1,2 mil mudas de plantas e flores, além de vários de temperos.

     

Ambiente 5- Ateliê “Decor Art” – Marisa Trippia (artista plástica)

A artista criou a decoração e o paisagismo com base na projeção de suas telas e usou imagens em 3D para despertar sensações e ilusão de amplitude. No jardim do Ateliê, por exemplo, “a girafa dentro do buraco” aparece tanto na parede quanto no deck da área externa, feito com tijolos cerâmicos artesanais de longa duração e de fácil manutenção, adornado por begônias vermelhas. O piso é recoberto por cascas de pinus. Do lado direito, os suportes de calibrachoa Cabaret nas cores laranja e amarela oferecem a ideia de encosto para o banco de madeira e reproduzem o quadro de flores pendurado na parede de listras beges e brancas. Na entrada do ateliê, o destaque é o pavão branco com sua longa cauda feita de bola belga. A cabaça foi usada como casa de passarinho. Aproximadamente 80% dos materiais são provenientes de reuso ou retirados da natureza, com baixo impacto para o meio ambiente.

No ambiente interno do ateliê, foi criada “Flora”, a Deusa das flores, uma integração da arte da pintura com a arte floral. O efeito da cabeça foi obtido com espuma floral. Latas de tambor se transformam em móveis contemporâneos; os porta-retratos são de vigas; os bichinhos foram pintados em pedras e as floreiras com suculentas feitas de tocos de madeiras. Quase 500 vasos foram utilizados na decoração, com destaque para novidades como as begônias megawatt Red Green Leaf e a calibrachoa Cabaret, cujas cores contrastam com o verde escuro e o laranja dos impatiens.

A artista trouxe para o ambiente o projeto “Pedras Mensageiras Bondosas”, iniciado nos EUA e introduzido por ela em Holambra com os alunos da Escola São Paulo. O objetivo é espalhar mensagens que sensibilizem as pessoas. Para a Expoflora, as crianças pintaram frases bondosas em pedrinhas coloridas espalhadas pelo chão. Quem achar uma delas e se sensibilizar com a mensagem poderá levá-la para casa.

Ambiente 6 – Uma festa no Jardim – Roberta Cicivizzo Lazarov (designer de produtos) e Rose Faria (designer de plantas), alunas da Faculdade de Agronegócios de Holambra

Festejar o casamento no próprio jardim de casa guiou esse projeto de fácil montagem. A utilização de plantas acessíveis, facilmente encontradas em gardens e supermercados, possibilita rapidamente criar um espaço para a celebração ao ar livre. Aqui, foram criadas uma parede de suculentas que testemunhará a cerimônia, uma mesa de doces com bolo de musgo coberto por echevérias e espaço de estar para os convidados com direito a utilizar a lareira de chão para gelar a cerveja. Dando mais alegria ao momento especial, foram usadas fittonias, bromélias, miniorquídeas, minirrosas e folhagens, como jiboias e filodendros. O recinto da festa se enche de tons de rosa e lilás dos crisântemos que forram a lateral e das várias nuances de verde para quebrar a homogeneidade.

Em todos os ambientes, folhagens e flores de plantas perenes estão cultivadas em kokedamas que, suspensas, parecem flutuar, oferecendo leveza e magia à decoração. Em sua maioria, as plantas não foram desmontadas dos vasos, para, após a festa, serem usadas em outros ambientes. O olhar atento possibilita o uso de objetos garimpados de quintais e depósitos de reciclagem, matéria-prima para peças de design, como o painel verde com pratos de parede, as porcelanas das mesas e castiçal com toque de porcelana e as canecas que desejam paz e amor ao casal. No mobiliário, peças da família e móveis de madeira de demolição.

Ambiente 7 – Na Calçada de Casa – Ana Dix (arquiteta) e Patrícia Küpper (arquiteta urbanista)

O paisagismo veio para a calçada para dar boas-vindas aos visitantes. O diferencial do projeto é a mistura de referências, uma tendência na arquitetura e paisagismo. O conceito foi conciliar estética e funcionalidade com soluções sustentáveis. Um caminho de piso drenante guia a visitação pelo ambiente até o deck de peças ripadas modulares com um banco simples, inspirado no mobiliário caipira, e ao jardim de chuva, recurso que concilia estética paisagística e auxilia na drenagem e retenção de enxurrada.

Atrás dele observa-se a sutileza tanto no movimento das prateleiras com acabamento em adesivo modular, feitos de bambu pintado de branco, quanto na arte da caligrafia da artista e letrista Bruna Menezes, que escolheu a palavra “Respire” para dar mais vida à rusticidade. Na lateral, a superfície árida transforma-se em uma parede “viva”, formando um jardim vertical que destaca os tons vinho da begônia beleaf e verde das folhagens gigantes em vasos dos asplênios, espécie de samambaias ótimas para compor paisagismo. São plantas que não exigem muita manutenção. Além de belo, esse jardim também funciona como barreira térmica graças ao efeito das placas instaladas como revestimento e que evitam a propagação de calor no local. A cadeira em ripas dá um charme ao jardim das lavandas, espécie reconhecida por sua fragrância e escolhida para o ambiente por proporcionar calma e aconchego.

Ambiente 8 – Sala de Banho – Daniela Vieira (arquiteta e lighting designer)

Uma banheira envolta por plantas, um banho de natureza: a proposta deste espaço segue a tendência de compor o ambiente do banheiro com plantas. Tocos de madeira resultantes da poda de árvores foram reaproveitados como piso, canteiros e apoio para a cuba, criando um jogo de volumes entre pleomeles, bromélias, pacovás, barbas de serpente, avencas, samambaias, orquídeas, jiboias, zamioculcas, moreias, tostão, antúrios e cica.

A banheira em mármore mineral, com seu design sofisticado, e o jardim vertical de musgo estabilizado, recebem destaque entre a beleza das plantas tropicais e a rusticidade dos tocos de madeira. O resultado é uma atmosfera atraente e relaxante. Os painéis de musgo contribuem para absorção acústica e regulação da umidade, dispensam manutenção e podem ser instalados em locais sem luz natural. Este jardim lúdico é um convite para experimentar e interagir com o ambiente.

Ambiente 9 – Varanda Bela Vista – Mauro Contesini (engenheiro agrônomo e paisagista)

O projeto oferece várias possibilidades nas três áreas do ambiente, pois os espaços são multifuncionais, além de conciliar novas funções à varanda. A área de estar tem sofás e poltronas em alumínio pintado de branco com telado sintético e pufes com trançados que lembram cactos, mesmo material dos bancos e cachepôs para as tulipas do espaço interativo. Na bancada, cactos decorativos e plantas de estimação, como chifres de veado, e minissamambaias suspensas. Há também uma área de hobby para o preparo de um delicioso churrasco completando a proposta de múltiplas funções do ambiente. Tudo isso à sombra de um enorme fícus ou do ombrelone reclinável com luz embutida, que protege e decora. Os materiais, mobílias e plantas são de baixa manutenção. O piso é drenante. A decoração é moderna, minimalista e deixa o local com ar jovem e atemporal. O paisagismo foi concebido com espécies de cerca-viva, que oferecem segurança e privacidade. O viburno é ótimo para fechamento e tem o bônus de florescer duas vezes por ano. Foi usado, também, o pacová, as sunpatiens, suculentas e as delicadas petúnias “night sky”, lançamento de 2018. Sua exótica flor roxa com pigmentos brancos lembra um céu estrelado e ajuda a quebrar a monotonia do verde.

     

Ambiente 10 – Um jardim no quintal – Márcia Janeiro (paisagista e ambientalista)

As dimensões da área para o projeto, estreita e comprida, inspiraram a criação de um fundo de quintal – que também pode ser um recuo lateral de uma casa – de 72m². Além de uma bela paisagem para quem a observa de “dentro do imóvel”, nesse quintal é possível relaxar, receber os amigos e se dedicar ao cultivo de horta e plantas em vasos. O grande retângulo foi dividido em três ambientes. O primeiro é reservado ao cultivo de flores e plantas ornamentais em vasos e conta com uma pequena mesa de chapa pintada em laranja para aumentar o conforto no ambiente. Com predominância dos tons alaranjados, floríferas como azaleia, primavera, agapanto, begônia, camélia e muitas outras colorem o espaço em mais de 40 vasos de diversos tamanhos. No meio do terreno, bancos e poltronas ladeados por frutíferas e plantas ornamentais criam um ambiente convidativo ao bate-papo com amigos. Nas noites frias, um braseiro garante o conforto. O quesito facilidade na manutenção se aplica às plantas rústicas colocadas no solo, como moreia, fórmio e podocarpo. A jabuticabeira, a amoreira e a cereja do Rio Grande destacam-se entre as frutíferas que atraem fauna e insetos polinizadores.

O piso de pedrisco dispensa a limpeza diária, além de ser altamente drenante, e os revestimentos em tijolos sem necessidade de pintura são exemplos da prioridade aos materiais de pouca manutenção. A parede é coberta com tela de aço com tratamento antiferrugem e, ainda, com pintura que garante alta durabilidade. O ferro e o aramado são outros materiais utilizados no ambiente, que conta com arcos criados para dar um ar mais acolhedor e estantes de ferro e bancos de madeira tratada resistentes, como requer um espaço externo. Na outra extremidade, a área ganha um canteiro de alvenaria a 75 centímetros do solo, altura ideal para o manuseio das hortaliças e dos temperos. Há vasos para o cultivo de plantas alimentícias não convencionais (PANCs).

Ambiente 11 – Área de Banho e Relax – Cléia Thomazini (arquiteta urbanista, paisagista e decoradora)

Refúgio particular para relaxamento e controle de estresse, o ambiente oferece contato com a natureza e recursos para o bem-estar. Vários itens tornam a área do banho um spa ao ar livre. Da banheira com design futurístico e ergonômico para um momento íntimo, em meio a flores e plantas ornamentais, à decoração de telas vivas e velas incrustadas em troncos de árvores, o local foi cuidadosamente pensado para a elevação dos pensamentos e contemplação.

Na Área de Banho e Relax os sentidos são aguçados com elementos naturais usados em várias estruturas, como no painel de tela de aço – material resistente e barato usado na concretagem de piso –, onde foram colocadas 400 mudas de ipomeias rubras e verdes, samambaias, aspargo de Barba-de-Moisés. Esse grande painel suporta a bancada da pia e oculta a ducha instalada próxima ao spa.

Suculentas em vários tamanhos e variedades são utilizadas em um filtro dos sonhos natural, na mandala e emoldurando o espelho sobre a bancada da pia. Plantas, colocadas em molduras de madeira pintada, formam quadros “vivos”. As palavras poéticas do painel foram pintadas à mão pela artista plástica Manon Nogueira para serem lidas a partir da “recamier” em fibras naturais. O cobre, que no Feng Shui reforça a consciência de Deus em nossas vidas, está nos extremos do ambiente, sendo representado no aço corten – obtido da transformação de aço de sucata – e utilizado nas esculturas e nos vasos esculpidos à mão para as espadas-de-são-jorge, e na pintura especial da parede do spa assinada pelo artista plástico Zin Cruz.

No estar, as poltronas também de fibras ganham a companhia de um aparador de madeira de demolição e de uma luminária com lâmpada Led que funciona com energia solar, contraste da tecnologia com o refúgio natural. Os pisos, como o branco sextavado feito de louça sanitária reciclada na área do estar e o cimentício com design madeirado na área do banho, são exemplos da preocupação com o meio ambiente.

Ambiente 12 – Jardim, natureza e arte – Luciano Simões (paisagista)

Este jardim barato, fácil de cuidar e ótimo para relaxar surgiu do reaproveitamento de matérias. Ladrilhos, tijolos, madeira de demolição nas estruturas e mobílias, além de pedras e vidros foram utilizados na concepção desse ambiente. A charmosa ponte elaborada com madeira de demolição sobre a casca com lago une as áreas de convívio montadas sob tijolos antigos. A simplicidade rústica dos móveis de madeira reutilizada, do pergolado do mesmo material e com teto de bambu, e a iluminação em garrafões de vinho criam um ambiente perfeitamente acolhedor em meio ao viço e esplendor de um jardim tropical. Das grandes e largas folhas dos guaimbês, passando pelas flores compridas e vermelhas das alpinias, o paisagismo emprega grandiosas espécies e exalta cores quentes e vibrantes. Tem também a delicadeza das flores brancas nos maciços de moreias e, ainda, orquídeas e palmeiras.

     

Espaço 13 – Refúgio de Fim de Semana – Karina Taccola (arquiteta) e Alexandre Lopes Veneziano (empresário)

Em parceria com a DPaschoal, uma das maiores empresas do segmento de pneus, peças e serviços automotivos, é apresentada uma construção que pode ser feita em qualquer lugar e por um valor bem acessível. Baseados no movimento das Tiny Houses, chegou-se a um protótipo de construção batizado de Little Boy. Trata-se de uma construção leve, rápida, barata e superecológica. A ideia é estimular as pessoas a viajar e mostrar que elas podem ter sua tão sonhada casa na praia, na montanha, no campo, onde elas quiserem. Muitos conceitos estão atrelados ao projeto: sustentabilidade, nova postura de vida, minimalismo, consumo consciente, liberdade, menos casa mais jardim. A construção de 15m² parece um contêiner, mas foi montada sobre uma estrutura de aço galvanizado sobre um chassis metálico tubular. O fechamento é de painéis termoacústicos metálicos com núcleo em poliuretano. Há espaço para dormir, para cozinhar e para ler.

As portas de correr para um grande deck de pinus tratado permite o convívio. Uma das laterais é toda envidraçada, com vista para o espelho d´água, propiciando a relação interior-exterior e trazendo o elemento água para compor o jardim. Cercado pelo grande muro de pneus reaproveitados, que ilustra mais uma possibilidade de reuso deste material, o paisagismo usa muita folhagem – palmeira phoenix, ravenala (árvore-do-viajante), zamioculcas, samambaias, aspargos, spatifilum e bálsamo – recriando um clima de mata, além de flores nas cores vermelha, amarela, rosa e branca. O caminho no jardim é demarcado por piso feito 100% de raspas de pneus, evitando que eles sejam descartados no meio ambiente. Cada quatro pneus de um carro geram 1m² de piso, de acordo com especialistas da DPaschoal. Esse piso é utilizado nas lojas da rede e produzidos a partir dos pneus trocados por seus clientes dentro do programa Economia Verde, implantado há 10 anos da empresa.

Ambiente 14 – Pôr do Sol – Cris Antonelli (arquiteta urbanista) e Angélica Beatriz Ferreira (designer de interiores e paisagista)

Para tornar o entardecer ainda mais mágico os profissionais trouxeram para o ambiente o efeito relaxante de um lago repleto de espécies aquíferas e vegetação no entorno, o romantismo de uma cadeira suspensa de ratan e corda no pergolado e um deck com “fireball” (lareira) de aço corten para aquecer o espírito durante o pôr do sol, aqui representado em um painel de vinil plotado em alta resolução. Materiais de alta tecnologia e sustentáveis foram utilizados na composição das áreas. O lago foi criado em pead e malha de polipropileno, produto que une leveza à alta resistência. A madeira de engenharia (chapas de madeira coladas e prensadas) foi usada na estrutura do brise (quebra-sol), deck, pergolado e bancos.

O impacto visual com cor e alegria é a marca do espaço. Nas plantas, o roxo predomina entre as rasteiras perto do lago com lutielas e o verde-maduro dos clorofitos contrasta com a alegria das sunpatiens multicoloridas. São 17 espécies escolhidas para compor o paisagismo, entre elas o guaimbê, taioba, bromélias – imperial e cherry – e ráfias. Para o interior do lago, ninfeia e alface. No deck, próximo à lareira, o cheiro relaxante do alecrim e da cana-da-índia.

Ambiente 15 – Refúgio – Camila Colombo (arquiteta e urbanista), Haline Castelo (arquiteta e urbanista), Michele Marconatto dos Santos (arquiteta e urbanista) e Sheila Cristina da Silva (designer de interiores)

Um quintal moderno, com arte de grafite no muro, móveis descolados e repleto de flores e aromas. A pegada foi dividir a grande área em três espaços para que todos possam se refugiar ali. O espaço gourmet tem deck de pallet para suportar a mesa e cadeiras em fibras “azul Tiffany” que compõe com o azulejo da pia e contrasta com o amarelo do forno de pizza móvel que pode ser levado para outros cantos do quintal, de acordo com a necessidade ou conveniência. O porta-lenha é feito de um aro de tambor recortado.

O estar tem sofás e poltronas de fibras sobre forração de grama e tapete de piso drenante. O spa tem ao lado uma chaise redonda e aquecedor externo. Destaque para o espaço alternativo com sofá, mesa de canto e porta-garrafas feitos com recortes de tambor tendo ao fundo o grafite colorido. Seguindo a tendência de plantas e flores resistentes e de baixa manutenção, a opção foi pelas espécies rústicas e aromáticas com colorações intensas. Das 14 espécies escolhidas destacam-se as samambaias, a palmeira rabo-de-raposa, cica revoluta, yucas, dracenas, as bromélias, a lavanda, os gerânios e o abacaxi roxo.

Ambiente 16 – Espaço: Crianças no Jardim –Ines Scisci Maciel (arquiteta)

Um espaço para a redescoberta da natureza pelas crianças que, ultimamente, dedicam muito tempo aos dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores e tablets e têm cada vez menos contato com o verde. Para incentivar a jardinagem entre a garotada, o ambiente oferece bancada com ferramentas e insumos – terra e vasinhos –, uma parede verde com caixotes de madeira fixados em pallets e floreiras feitas com pneus, tudo criado no conceito de sustentabilidade. Vários benefícios são obtidos com a jardinagem, atividade que ao ensinar o cuidado de algo vivo desenvolve valores e conceitos, como responsabilidade, paciência e técnica. Nesse ambiente, as crianças conhecerão os minikalanchoes da Turma da Mônica, lançamento do Grupo Swart na Expoflora, e desenvolvido para despertar o interesse delas para a importância do cuidado com as flores.

A proposta é ousada por se tratar de um projeto socioeducativo que tem como foco os conceitos de responsabilidade, de “cultivar” – em seu mais amplo sentido – e de cuidar de outro ser vivo. Para engajar desde a infância, os minikalanchoes (pote 6)  foram escolhidos para esse projeto por razões diversas: trata-se de uma planta da família das suculentas que armazena água nas suas folhas e, portanto, é fácil de cuidar por exigir pouca rega, e é encontrada em variada paleta de cores (branca e nas diversas variações do amarelo, laranja, vermelho, rosa etc.).

Ambiente 17 – Engenharia no Paisagismo – Associação dos Engenheiros Arquitetos e Agrônomos de Holambra (AEAAH) e Pedro Galli (paisagista)

O trabalho dos profissionais ligados à engenharia e arquitetura estão no cotidiano das pessoas. A proposta é mostrar ser possível atender a todos os gostos com simplicidade e criatividade. O ambiente tem jardim com muitas bromélias, crótons e lírios preparado com terra e adubos e coberto com casca de pinus. Ali foi colocada uma cisterna para captar água da chuva que é reaproveitada na irrigação, atendendo a todas as necessidades do espaço. Ao lado, um viveiro de estrutura metálica com fechamento em plástico permite o cuidado das flores, como orquídeas, ageratum, kalanchoes e aromáticas e tem piso drenante. Essas plantas combinam facilmente em qualquer projeto, são de fácil adaptação, pouca manutenção e resistentes às variações climáticas. Sobre o banco do jardim, a tecnologia está presente nos quadros autoirrigáveis que mantêm sempre lindas as sansevérias, os antúrios e as jiboias. A horta suspensa feita com pallets e painel metálico também demonstra a preocupação com a ergonomia. Também é feito com pallets o suporte para ferramentas.

     

Ambiente 18 – Bistrô – Allan Oliveira (designer de interiores)

O galpão industrial, construído com blocos de isopor revestidos por uma fina camada de concreto, protegido pela vegetação de folhagens e plantas exóticas é ponto de parada obrigatória para o café. O verde das ravenas, sansevérias, guaibés, moreias, formium, yuca, samambais, heras, peixinhos e avencas se sobressai ao concreto “ecológico”. Tudo aqui é sustentável: tambores servem como mesas bistrô, potes de vidro são transformados charmosas luminárias com miniterrários, janelas e portões são reutilizados na decoração e onde houve a necessidade do uso da madeira, a opção foi pela de reflorestamento, como o compensado de pinus. Os blocos de EPS (isopor) na construção das paredes, bancos, floreiras e tanques que forma a cascata, além de totalmente recicláveis, são leves, resistentes às intempéries e permitem rapidez na execução da obra sem gerar resíduos. Eles ainda têm como vantagem a grande eficiência térmica e acústica, tornando-se a nova tendência nas construções voltadas a um futuro melhor.

     

Ambiente 19 – Clicks em Holambra – Derci Batista Rocha de Oliveira, Danielly Rocha de Oliveira, Debora Rocha de Oliveira, Diogo Rocha de Oliveira, Rogerio Donizete de Freitas Junior e Bruno Fogaça

A proposta é divulgar as flores de Holambra que formam os cenários para ensaios fotográficos para pré-casamentos, gestantes, debutantes, coleções de roupas, sapatos, clips musicais, filmes e, principalmente, selfies dos turistas. Enquanto os painéis mostram fotos dos locais mais procurados pelos turistas para a produção de fotos, a equipe estilizou campos de flores em pequenos canteiros para dar uma ideia da beleza e diversidade das flores produzidas pelos imigrantes holandeses. O espaço ganhou canteiros de girassol, antúrios, gérberas, crisântemos, celósias, ageratum e sunpatiens para lembrar que em Holambra, há muitas flores o ano todo.

     

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