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CONTRA O FEMINISMO BRANCO: UM PAPO ENTRE RAFIA ZAKARIA E DJAMILA RIBEIRO

Autora de Contra o feminismo branco, Rafia Zakaria se junta a Djamila Ribeiro em bate-papo virtual nesta sexta-feira
O “feminismo branco” não está associado à cor da sua pele, mas à forma como você enxerga as pautas feministas. Com base nessa premissa, a paquistanesa e muçulmana Rafia Zakaria expõe a falta de diversidade no debate sobre o tema no livro Contra o feminismo branco. Segundo ela, desde o início o feminismo tem dificuldade em incluir as necessidades das mulheres de cor* em seu discurso. Nesta sexta-feira, 03/12, às 19h, a autora conversará com a filósofa e escritora Djamila Ribeiro sobre os temas da obra e os muitos feminismos que temos no mundo. O bate-papo acontecerá pelo Zoom com opção de tradução consecutiva. Aqueles que se inscreverem pelo link poderão ingressar e mandar perguntas e comentários no chat. 

Desde sua origem, o movimento feminista se baseou na experiência de mulheres brancas de classe média e alta, que há muito se autoproclamaram as especialistas no assunto. São elas que escrevem, palestram, dão entrevistas. Ao mesmo tempo, para manterem seus privilégios, demarcam a branquitude do movimento ao sobrepor suas falas às das mulheres de outras etnias. Na obra lançada recentemente pela Intrínseca, Rafia Zakaria critica tal postura e explica “por que intervenções que simplesmente acrescentam mulheres negras, asiáticas ou marrons às estruturas existentes não funcionaram”. 

Por meio de uma contundente argumentação, a autora revela como são estimuladas e preservadas as engrenagens que mantêm a imagem das feministas brancas como salvadoras. Contra o feminismo branco é, portanto, um contramanifesto que insere as experiências de mulheres de cor no centro do debate. Com uma escrita direta e impactante, Zakaria questiona desde pensadoras como Simone de Beauvoir a produtos culturais como Sex and the City. 

Muçulmana, advogada e filósofa política, a autora acredita que o diálogo só será possível quando todas as mulheres estiverem em patamares iguais. E é partindo do princípio de igualdade na diversidade que Rafia Zakaria defende uma reconstrução do feminismo.

RAFIA ZAKARIA é uma escritora, advogada e ativista dos direitos humanos que trabalhou pelas vítimas da violência doméstica no mundo todo. Ela é colunista do Al Jazeera America e do DAWN, o maior jornal paquistanês em língua inglesa, e escreveu muitos ensaios para veículos como The Guardian e The New York Times Book Review. A autora nasceu e cresceu em Carachi, no Paquistão, e hoje vive entre o Paquistão e os Estados Unidos, onde trabalhou no conselho de administração da Anistia Internacional.

* Nota da tradução:
 Embora o termo “de cor” em português tenha recebido uma carga depreciativa, decidimos traduzir dessa forma o termo inglês “of color”, retomando o uso político historicamente estabelecido por ativistas antirracistas brasileiros. Entendemos que a tradução precisava visibilizar a multiplicidade étnico-racial e os processos políticos relacionados ao termo, e a utilização de qualquer outra expressão, como “não branca” ou “racializada”, seria contraditória em uma obra que aborda justamente a forma como pessoas brancas são sempre colocadas como referencial em algumas discussões, marginalizando outras raças e etnias.

CONTRA O FEMINISMO BRANCO, de Rafia Zakaria
Editora Intrínseca
Tradução: Solaine Chioro e Thaís Britto
Páginas: 304
Livro impresso: R$ 49,90
E-BOOK: R$ 34,90

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