PEGA ESSA CRÍTICA Documentário – Guerreiros da Floresta
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Guerreiros da Floresta é uma série documental produzida por Marcelo Braga da Santa Rita Filmes e dirigida por Andrea Pilar Marranquiel e com parceria do Canal Futura, a série faz parte de uma coleção de projetos voltados para sustentabilidade e educação ambiental que o Futura vai exibir na sua programação em 2019.
Na série vamos conhecer 3 líderes indígenas, Ninawa Inu Huni Kuin, Davi Kopenawa e Almir Suruí, e acompanhar o dia a dia dessas lideranças que se dividem entre os estados de Acre, Roraima e Rondônia, respectivamente, contando com 13 episódios com duração de 26 minutos cada, assuntos como cultura e o estilo de vida de cada um desses povos, preservação da floresta amazônica e a perseguição sofrida por esses líderes, vinda de madeireiros e fazendeiros, enquanto tentam garantir sua sobrevivência serão abordados.
Para o produtor Marcelo Braga a série que trata de um assunto tão necessário não poderia vir em melhor momento. “Nós estamos muito felizes, principalmente agora que a série vai estrear e nós estamos numa virada, num momento tenso político de transformação do país e acredito que ela não chegou em hora melhor. De alguma forma, como produtor a gente acaba ficando meio apreensivo com o resultado e a repercussão, mas eu espero que isso crie de fato um debate saldável e tão necessário para a união de todos os povos.”
Os episódios são divididos entre o dia a dia dos povos Yanomami, liderado por Davi, Suruí, liderado por Almir e Huni Kuin, liderado por Ninawa, e entre imagens panorâmicas da floresta amazônica os lideres contam suas histórias, para a diretora Andrea Pilar Marranquiel o importante era contar essas histórias sem que o protagonismo dos povos indígenas fosse comprometido, no primeiro episódio, por exemplo, blocos de 8 a 9 minutos em que apenas uma pessoa fala, no caso, um dos líderes são apresentados.
“Foi uma construção coletiva e a gente chegou num resultado que uma das coisas que mais nos orgulha é realmente ter chegado a um protagonismo indígena, nós não estamos falando por eles, eles não precisam de ninguém que falem por eles, eles tem o que dizer, eles tem o que contar e eles sabem como fazê-lo. Então a gente se orgulha demais de saber que o que está ali representa o que eles pensam”, conta a diretora.
Ninawa Inu Huni Kuin, que é presidente da Federação do Povo Huni Kuin ficou conhecido por ganhar na justiça o direito de ter seu nome indígena reconhecido, ele conta que seu povo foi escravizado por seringueiros e portanto o sobrenome era um símbolo de posse, os índios eram registrados com o mesmo sobrenome do seringueiro para o qual eles trabalhavam. Para Ninawa a série é uma chance de mostrar sua luta e conscientizar as pessoas para a importância da floresta. “Nós vivemos em um momento agora que é um momento muito crucial para a conscientização humana, para tentar ver se a gente pelo menos consegue estagnar até o momento tudo que veio antes, que foi maléfico para os nossos povos. Quando nós lutamos pela floresta, pela natureza, de um modo geral, a gente sempre fala, não é uma luta para a comunidade Huni Kuin, é uma luta para a humanidade, para os animais, para os rios, que são seres muito sagrados na nossa tradição, eu, Ninawa, tenho essa reponsabilidade hoje por 15 mil pessoas no estado do Acre com mais aproximadamente 4 mil no Peru.”
Reconhecido internacionalmente por denunciar a exploração ilegal de madeira nas terras indígenas, Almir Suruí é um dos criadores do Projeto de Carbono Suruí, que foi apresentado por ele em 2009 na COP 15 em Copenhague, mesmo sofrendo constantes ameaças de madeireiros Almir já ganhou diversos prêmios, como o “Herói da Floresta” dado pela ONU por sua parceria com a Google para monitoramento da floresta. Assim como Ninawa, Almir acredita que o principal objetivo da série é promover a conscientização e caminhar para uma política de sustentabilidade.
“Eu conheci a Andrea pelo Facebook e começamos a conversar, mesmo eu achando que seria um desafio para nos eu nunca digo não a um desafio, eu tento transformar o desafio em uma realidade que realmente pode trazer algum benefício para toda a sociedade, não só para os indígenas, não só para a floresta, por isso nunca digo que a floresta é intocável, nós precisamos respeitar o critério para utilizar a floresta para o bem comum… Há muitos anos já decidi que quando eu falo povo não estou falando do povo Paitêr Suruí, eu tô falando do povo brasileiro. Espero que essas pequenas ações que nós fazemos pelo povo Paitêr Suruí sejam um modelo para o Brasil, para que ele possa então conquistar o seu espaço de liderar a política sustentável no mundo, e nós nos sentimos também responsáveis por contribuir, espero que outra parte da sociedade compreenda que nós não estamos criticando, mas estamos contando histórias que possam servir como reflexão para modelar o novo, fazer que o Brasil possa ser uma liderança na política sustentável no mundo”, afirma o líder indígena.
Após sua estreia, dia 20 de fevereiro, a série estará disponível na plataforma Futura Play e segundo a gerente de conteúdo do canal, Debora Garcia, além do serviço de streaming serão disponibilizados materiais de apoio e guias pedagógicos elaborados pelos professores da rede de articulação do canal para orientar discussões e atividades dentro das salas de aula que serão pautadas pelos episódios assistidos.
Guerreiros da Floresta trata de assuntos extremamente importantes e relevantes no momento em que vivemos e através de imagens lindíssimas tenta promover conscientização e empatia pelos povos indígenas e suas lutas, com episódios curtos e cortes que tornam a narrativa mais dinâmica a série é uma daquelas que desperta o interesse pelo próximo episódio.
A série estreia 20 de fevereiro, as 22h30 e os novos episódios serão exibidos todas as quartas feiras neste mesmo horário.
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