Pega Essa Dica – Na Sua Pele
Uma clássica história de amor entre opostos. Em Na Sua Pele – A Série Marked Men, Shaw Landon é a típica boa garota vinda de uma família rica que está se graduando em medicina. Rule Archer, por outro lado, é o arquétipo do bad boy, um tatuador rebelde, mulherengo e de espírito livre que vive uma vida caótica e descomplicada. Os dois cresceram juntos e conhecem um ao outro como ninguém. Shaw, porém, esconde os sentimentos que nutre por Rule, assim como Rule nunca enxergou Shaw para além de uma amiga. Tudo muda durante uma noite de bebedeira e decisões impulsivas que os dois não conseguem esquecer. Agora, o casal precisa enfrentar os desejos reprimidos enquanto lidam com as expectativas da família e os desafios de um compromisso. Vindos de mundos tão diferentes, será que a história de amor dos dois pode sobreviver?
Dirigido por Nick Cassavetes, ‘Na Sua Pele‘ se apresenta primeiramente pelos dramas familiares de Shaw e Rule. De mundos opostos, os dois embarcam numa jornada de autodescoberta para ressignificarem seus traumas. Enquanto Rule enfrenta o luto pela morte do irmão gêmeo, Shaw tem a vida aparentemente perfeita, mas deseja se afastar do mundo superficial de sua família.
O longa foca toda a energia em desenvolver a química entre os protagonista, o que ofusca o crescimento de todos os personagens da trama. A falta de profundidade no enredo dos coadjuvantes atrapalha o desenrolar da narrativa, como por exemplo os melhores amigos do casal e até mesmo o ex-noivo de Shaw Landon, que tenta a todo custo transformá-la em uma espécie de esposa troféu.
As cenas de sexo não se arriscam além da sensualidade. Não apresenta ousadias e quase nenhuma nudez (só do protagonista masculino, de costas). O primeiro encontro, inclusive, fica apenas nas preliminares e já corta para Shaw acordando na cama de manhã. Fora isso, o filme traz uma ou outra piada suja, e nada mais, além do fato de Rule ser um mulherengo.
Além de ser incomodamente previsível, Na Sua Pele: A Série Marked Men promove mudanças substanciais de uma hora para outra, como se para ultrapassar um obstáculo emocional enorme fosse apenas preciso um colo amigo e meia dúzia de palavras de apoio. Rule é o rapaz fraturado da vez, aquele que precisa de uma mulher capaz de o reabilitar. Seguindo assim outra tendência bizarra das histórias protagonizadas por mulheres levadas a romantizar certos comportamentos inadequados de seus pretendentes, Shaw está disposta a tudo se conseguir finalmente ficar mais tempo com o seu amado. Incluindo aí não cobrar fidelidade dele e, mesmo sendo mais nova, desempenhar a função de elo maduro de uma relação complicada. Depois que ambos finalmente vencem as barreiras iniciais e vão para cama, o filme abraça a idealização romântica como princípio narrativo inalienável, ao ponto de qualquer coisa ser completamente subordinada ao namoro – que não pode ser chamado dessa maneira para não assustar o “príncipe”. Rule quebra uma promessa para ir ao Natal com Shaw, uma tragédia acontece e os pombinhos brigam. Muito mais do que adicionar uma camada de sofrimento a esse homem já bastante culpado, o infortúnio serve para os protagonistas entrarem em crise. Mais adiante, a cena de um enterro segue essa toada. A morte e as suas citadas consequências pouco importam como muitas coisas na história.
