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Pega Essa Dica – “Exorcista – O Devoto”

“O Exorcista – O Devoto” (2023) custou em torno de 400 milhões de dólares apenas pelos direitos da franquia “O Exorcista” (1973), mas não fez jus a ela. O atual filme dirigido por David Gordon Green que já havia trabalhado em algo do ramo, pelo menos nos dois primeiros filmes em “Halloween”, não soube trazer as telonas uma atmosfera que realmente envolvesse o espectador. Fui ao cinema esperando que fizesse jus ao legado do filme de 73, mas não foi isso que ocorreu. O filme trás de volta personagens originais, mas muito mal utilizados, é inerte, trata de forma estranha a narrativa. Ellen Burstyn (que interpreta o mesmo papel que fez em “O Exorcista”, agora 50 anos depois), agora a atriz com 90 anos, voltando a interpretar Chris MacNeil, possui pouca relevância no enredo proposto e não acrescenta em nada na narrativa, tudo parece mais uma junção de acontecimentos sem critérios ou lógica, sem criar conexão com tema de exorcismo. No papel talvez fizesse algum sentido, mas nas telonas não fez sentido algum.

O filme demora um certo tempo para engatar e no início achei um tanto quanto lenta a forma com o que os acontecimentos foram ocorrendo e todo o desenrolar da trama. Senti falta de mais “Jump Scare”, em algumas cenas, até mesmo para causar um pouco mais de tensão. O filme aposta em mais religiões para lutar contra o demônio, mas acredito que derrapa bonito e não faz jus ao original. O cineasta, em todo esse processo de abraçar mais crenças, acabou se esquecendo da franquia para a qual deveria dar continuidade. O sincretismo religioso é importante, principalmente em tempos de intolerância, mas acaba tirando o longa de sua base e deturpando a ideia inicial em prol de algo vazio e sem fundamento. Não houve coesão.

Um dos aspectos que podemos considerar é a maquiagem, muito bem feita por sinal. Não houve atmosfera, não houve fotografia. O filme não possui identidade própria e o texto aborda seus temas de maneira supérflua. Não há clímax, tudo é tão arrastado. Assistam e tirem as suas próprias conclusões. Uma grande decepção.

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