FESTIVAL DO FADO VOLTA AO BRASIL E TRAZ MÚSICA E HISTÓRIA DA FASCINANTE CULTURA PORTUGUESA A SP
O evento acontece no dia 25/11 no Teatro Opus Frei Caneca com apresentações de Cuca Roseta e Sandro Costa. O Festival também trará filmes e conferências abordando o gênero.
Os ingressos custam a partir de R$40 e estão disponíveis pelo link: https://uhuu.com/evento/sp/são-paulo/festival-fado-são-paulo-12071.
Para o concerto no Festival do Fado em São Paulo, Cuca Roseta preparou um espetáculo especial onde irá percorrer os clássicos do gênero e os melhores sucessos da sua carreira. A fadista quer ainda cruzar o seu canto com a cultura brasileira, tendo preparadas algumas surpresas para o público. Os ingressos são vendidos pela Uhuu! e bilheteria do Teatro Opus Frei Caneca.
Em paralelo ao show, o Festival trará, no período da manhã do dia 25/11, um workshop exclusivo sobre a guitarra portuguesa ministrado pelo próprio Sandro Costa, e uma mostra de cinema, com o documentário Guitarras à Portuguesa. Tanto o workshop quanto a mostra de cinema acontecem no Consulado Geral de Portugal em São Paulo.
Completando 13 edições, desde seu início em Madri em 2011, o Festival do Fado promove esta arte lusitana e, por consequência, a língua e a cultura portuguesa ao redor do mundo. O evento já passou por mais de 17 cidades e 13 países da Europa, Ásia, África e América Latina, com apresentações de grandes artistas aliadas a workshops, projeção de filmes e exposições representativas do fado.
Um ponto de destaque em todas as edições é a guitarra portuguesa. O mais emblemático instrumento do fado traz sons inimitáveis. A história da guitarra portuguesa remonta ao início do século XIX. Ela nasceu nos bairros populares de Lisboa, onde os músicos de rua começaram a usá-la para acompanhar os cantores de fado. Ao longo do tempo, o instrumento evoluiu, tanto esteticamente como em termos de popularidade, tornando-se o símbolo da música portuguesa, associado à nostalgia e às emoções do fado. Hoje, a guitarra portuguesa representa um patrimônio rico e vibrante da cultura portuguesa.
Programação SP – 25 de novembro (sábado)
Consulado Geral de Portugal em São Paulo
11h – Workshop A Guitarra Portuguesa com Sandro Costa – 50 min
12h – Mostra de cinema com o documentário Guitarras à Portuguesa” – 90 min
Teatro Opus Frei Caneca
16h Show de Cuca Roseta e Sandro Costa – 80 min
Mais informações sobre o Festival do Fado em www.festivalfadosaopaulo.com
Sobre Cuca Roseta
Cuca Roseta é uma das mais aclamadas e respeitadas vozes do fado. A fadista, que conta com sete discos editados – com assinatura dos mais prestigiados produtores mundiais – tem feito uma carreira de enorme sucesso, com grande reconhecimento da mídia e do público.
Cuca Roseta já passou pelos mais importantes palcos nacionais portugueses e mostrou todo o seu talento e a sua voz em mais de 50 países pelo mundo. Pela sua carreira, firmou parceria musical com Bryan Adams, Júlio Iglesias, Ivan Lins, Djavan, Jorge Drexler, David Bisbal, Niña Pastori, Silvia Pérez Cruz entre outros.
O seu disco de estreia foi produzido em 2011 por Gustavo Santaolalla prestigiado produtor e detentor de vários Grammys e Óscares. O sucesso do seu disco, homônimo, foi tão grande que a destacou rapidamente como uma das mais importantes fadistas.
Porém, Cuca não ficou por aqui. Em Raiz, o seu segundo disco, assume-se como compositora e letrista na maioria dos temas, valorizando ainda mais o mundo do fado e destacando todos os seus talentos.
Depois de Gustavo Santaolalla, também Nelson Motta, notável produtor brasileiro, ficou rendido ao talento de Cuca Roseta e produziu o seu terceiro disco, Riu, que viria a revolucionar sua carreira.
O seu quarto trabalho, Luz, é um álbum onde fica mais patente a força, a segurança e a paz que existe em cada uma das suas canções.
Em 2020, Cuca Roseta afirma e confirma todo o seu talento, com dois trabalhos notáveis. O primeiro, um disco de homenagem a Amália Rodrigues, Amália por Cuca Roseta, que recebeu enormes elogios por parte dos mídia, e o segundo, Meu, um disco onde a fadista se assume como autora e compositora de todos os temas.
Em 2023, Cuca Roseta irá editar um disco inédito em espanhol e português no qual cruza duas culturas: o Fado e o Flamenco. No final do ano, Cuca terá o seu novo disco de carreira, onde promete mostrar toda a sua arte e reforçar ainda mais e toda a sua identidade – o seu caminho no fado.
Sobre Sandro Costa
Sandro Costa, desde cedo, mostrou sua aptidão e gosto para a música. Foi no seio familiar que começou a tocar os primeiros acordes, em conjunto com o seu pai e com o seu irmão.
Alguns anos mais tarde, foi pela primeira vez a uma casa de fado e apaixonou-se pelo som da guitarra portuguesa. Sandro Costa já tinha formação musical suficiente para tocar o instrumento e aprendeu de uma forma autodidata ao longo do tempo.
O artista tocou em várias casas de fado, sendo o Café Luso – uma das casas de maior referência em Lisboa – onde permaneceu mais tempo como residente. Pelo seu caminho, tocou para vários fadistas, entre os quais se destacam Mafalda Arnauth, Carminho e Marco Rodrigues. O virtuosismo e a criatividade artística fazem dele um dos melhores músicos da atualidade.
O talento de Sandro Costa levou-o a ser chamado como músico da artista Mísia, fazendo parte de projeto com ela durante mais de três anos. Nos tempos livres, tocava numa outra casa de fado chamada Canto da Atalaia. E foi, justamente nesta casa, que conheceu a fadista Cuca Roseta. Tendo esta ficado encantada com toda a genialidade de Sandro, convidando-o de imediato para integrar sua banda, onde permanece até hoje.
Sandro Costa já percorreu os quatro cantos do mundo, tendo atuado, em carreira solo ou em concertos, em diversos países. Alguns que se destacam são Austrália, Angola, Brasil e China.
Com um disco gravado, prepara agora a edição de um novo trabalho que será editado ainda em 2023 e que incluirá trabalhos autorais e de outros músicos de renome, bem como composições históricas do universo fadista.
Workshop: A Guitarra Portuguesa
Sandro Costa irá apresentar, em tom informal, todo o mistério, potencial e versatilidade da guitarra portuguesa, instrumento este único e característico do fado e de Portugal. Será feita também uma demonstração e explicação da mesma.
Documentário: Guitarra à Portuguesa
O filme aborda a passagem do conhecimento na guitarra portuguesa na primeira pessoa em Coimbra e em Lisboa. Os construtores de guitarras, os vários autores e os guitarristas desvendam os diferentes percursos, partilhando o sentimento de criar um universo musical neste instrumento que se tornou inequivocamente português pelo uso que este país fez dele e pela relevância que lhe atribuiu.
O documentário traz Pedro de Castro, José Luis Nobre Costa, Mário Pacheco, Ricardo Dias, António José Moreira, Jorge Gomes, Manuel Coroa, Paulo Soares (Jójó), Luis Guerreiro, Ricardo Parreira, António Chainho, Custódio Castelo, Ângelo Freire, Bernardo Couto, Carlos Gonçalves, Marta Pereira da Costa, Fernando Meireles, Gilberto Grácio, Óscar Cardoso, José Manuel Neto.
Sobre o fado e a guitarra portuguesa
Portugal tem um instrumento musical de sonoridade inconfundível: a guitarra portuguesa, que toca os primeiros acordes do fado e pede silêncio para dar palco à voz.
Instrumento de grande entrada nos salões europeus de meados do século XVIII, foi introduzido em Portugal a partir das colônias de residentes ingleses em Lisboa e no Porto, pontos de referência para muitas das modas culturais absorvidas pelas elites citadinas da época.
Até ao primeiro quarto do século XIX, esta “guitarra inglesa” permaneceu como atributo exclusivo da burguesia e da nobreza dos salões urbanos, sobretudo tocada por senhoras.
A partir do segundo quarto do século XIX, vai surgindo nas fontes históricas a designação “guitarra portuguesa” atestando a utilização do modelo de seis pares de cordas, uma alteração, provavelmente, introduzida em Portugal.
A partir de 1840, surgem notícias da sua associação ao fado, onde assume um plano de absoluta centralidade até os nossos dias. O guitarrista Armando Augusto Freire (1891-1946) foi autor de inúmeros fados e variações, deixando uma escola da qual saíram, entre outros, Jaime Santos, Carvalhinho, Raúl Nery e José Fontes Rocha.
No que se refere aos conjuntos de guitarras, ficaram como referência na história do fado os conjuntos do Professor Martinho d’Assunção, proeminente violista e compositor e o conjunto de guitarras de Raúl Nery, criado a convite da Emissora Nacional e formado pelo próprio Raúl Nery, José Fontes Rocha, Júlio Gomes e Joel Pina.
Ao longo do século XX, Artur Paredes e Carlos Paredes ampliariam notavelmente o repertório, a expressividade e a técnica do instrumento, convertendo-o num fascinante instrumento de concerto, com um vasto repertório solístico.
Um instrumento com um timbre tão distinto que, onde quer que esteja, qualquer português a reconhece aos primeiros acordes.