PEGA ESSA CRÍTICA: VAI TER TROCO (2023)
O mês de agosto se iniciou com uma cabine bastante antecipada da comédia nacional que chega aos cinemas nessa quinta (17) acompanhada de tudo o que um produto de humor br precisa: elenco conhecido, piadas exageradas e muita identidade. Apesar de entregar o mais do mesmo, o longa acerta em entreter com um conflito que excede os trailers.
As domésticas Tonha e Zildete servem a a família de Afonso que alega estar falido, estando há meses sem pagar os salários das duas, apesar disso, estão sempre esbanjando em eventos da alta sociedade. Fartas da situação, as duas mulheres bolam um plano com ajuda de Nivaldo, o motorista. Porém, as coisas não saem como o planejado e dá polícia.
A direção de Maurício Eça já foi mais engenhosa, apesar de propor o cenário de interrogatório nos minutos inicias, a trama se guia sozinha sem precisar do tal recurso. O roteiro é direto no que vai dizer, as críticas são nítidas e a história é básica com intuito de não parecer crível, mas te fazer rir.
O grande destaque sem dúvidas é de Evelyn Castro que indaga a energia da produção com vigor e transparece cheia de humor, verdades e energia em todas as cenas, até as que se repete demais. Além de Nany People e Edmilson Filho que se mostram escolhas acertadas ao se mostrarem intensamente engraçados.
O elenco ainda conta com um Marcos Veras caricato além da conta, Giovanna Grigio no tom exato, Miá Mello repleta de carisma, e Nicholas Torres que não se encaixa tão cedo na trama com seu personagem fora de tom e sem rumo. Os papéis representam dilemas que são bem propostos e trabalhados razoavelmente.
O humor funciona em mais da metade de todas as tentativas que faz, apesar da comédia ser bem espalhafatosa através de críticas diretas, palavrões e até acidez, garante boas risadas quando não força. O tom é perdido entre ser realista ou ficcional, não há controle e a ambientação é enfraquecida.
A montagem funciona e contribui para o ritmo ser rápido, a montagem é padrão e faz uso constante de tudo que compõe o audiovisual brasileiro, ao extremo mesmo. A trilha sonora é composta de uma playlist que grita Brasil e vai total de encontro com a sua proposta farofa.
Portanto, Vai Ter Troco tem identidade e retrata o cotidiano dos brasileiros com humor e críticas! Apesar de passar do ponto as vezes com algumas piadas, a comédia acerta mais do que erra, os personagens são estereótipos claros e a história é bastante ok. Assistam e tirem suas próprias conclusões.