PEGA ESSA CRÍTICA: BLUE JEAN (2022)
Elogiado pela crítica internacional em 2022 quando foi lançado lá fora, Blue Jean demorou até chegar em território brasileiro distribuído pela Synapse Distribution, mas se prova um drama bem realista sobre uma luta antiga, mas atual. Retratando a comunidade LGBTQIA+ numa história real, o longa emociona, impacta e analisa fatos.
Em 1988, na Inglaterra, O conservador governo de Margaret Thatcher realiza uma campanha contra toda a população LGBT, obrigando Jean, uma professora de educação física, a levar uma vida dupla. Mas, a chegada de uma nova aluna a fará repensar sua luta pela liberdade e suas atuais escolhas.
A delicada e singela direção afiada de Georgia Oakley faz toda a diferença e guia o público numa jornada encorajada de direitos, luta e posicionamento. O roteiro é ótimo, há uma construção bem feita em retratar o combate cíclico e trabalhar os dilemas, dificuldades e núcleos aqui inseridos, é bastante ok.
Rosy McEwen desempenha uma performance visceral e atraente ao transparecer em sua personagem as emoções necessárias para torná-la representante da luta, ela é determinada e convence. E junto de Kerrie Hayes e Lucy Halliday formam um trio que conquista, as personagens entram na trama pra somar e conseguem.
O elenco ainda conta com Lydia Page, Stacy Abalogun, Amy Booth-Steel, Aoife Kennan, Scott Turnbull, Farrah Cave, Lainey Shaw, e Izzy Neish que entregam boas atuações, ainda que não se sejam destacados em tela por nenhum grande momento ou espaço, são papéis que tem função sob a história sem grandes atos.
A estética abraça os tons azuis de uma fotografia fortemente carregada de dramaticidade ao refletir com precisão as emoções de seus personagens, é bem carregada mesmo! O tom pede por muita atenção, as discussões pairam sobre a jornada de forma contínua e mantém o ritmo.
A trilha sonora no entanto poderia ser melhor atribuída a fim de construir e acrescentar ao drama, apesar de terem um efeito repentino em determinados momentos, a função é quase que batida demais. A questão visual acaba por conseguir captar bem mais do que no áudio, o emocional está em tela.
Sendo assim, Blue Jean pode passar despercebido em sua estreia, mas é um drama que merece destaque! Repleto de verdades, o filme consegue retratar bem um cenário real de dor e opressão que espreita até hoje a luta de uma comunidade que só quer viver! Assistam e tirem suas próprias conclusões.